Pastor da Comunidade das Nações, o professor de Ciências Pedro Leite tentará, pela primeira vez, se eleger para a Câmara Legislativa. Pré-candidato a deputado distrital pelo Podemos, ele tem como principal cabo eleitoral a base evangélica formada por igrejas de várias cidades do Distrito Federal. Nesta entrevista ao Brasília Capital, Pedro Leite fala de seus projetos para reduzir impostos e aumentar a oferta de empregos. Ele conta sua experiência como voluntário em trabalhos sociais. E reforça sua fé na recuperação do ser humano. Entre seus principais apoiadores está o ministro Ronaldo Fonseca (Podemos), que não concorrerá este ano. |
O senhor vai disputar sua primeira eleição para deputado distrital. Quais os seus projetos para representar a população na Câmara Legislativa? – Temos o compromisso de facilitar a vida dos empreendedores de nossa cidade. Nós entendemos bem o que é ser empresário, o que é ser um microempreendedor e o quanto isso é difícil. O Brasil é um dos países que mais tributa o empreendedor. Ser empresário aqui é ser um herói. O Estado exige que o empreendedor pague imposto mesmo não tendo lucro. Queremos criar leis que defendam o empreendedorismo.
Cite exemplos – Iremos implantar sistemas funcionais que já existem em países como Estados Unidos e Israel. Por exemplo, reduzindo alíquotas de impostos para incrementar o crescimento da economia. Vamos acelerar o crescimento e desburocratizar a abertura e o fechamento de empresas. Precisamos criar condições para o surgimento de novas pequenas e microempresas, para o desenvolvimento de startups, de forma que elas se sintam protegidas e motivadas a aumentar sua produtividade. Com essas ações, vamos gerar mais empregos e aumentar a arrecadação.
Quem são os principais apoiadores de sua candidatura? – Graças a Deus, contamos com o apoio de uma sólida base evangélica. O ministro Ronaldo Fonseca, que teve 90 mil votos para deputado federal em 2014, é um de nossos principais incentivadores. O bispo de nossa igreja Comunidade das Nações, J.B. Carvalho, já está nos ajudando nessa missão. Tem também o pastor Laudjair Guerra, grande líder evangélico no Gama. Vamos trabalhar ao lado do professor Marcos Pacco, que deve ser o sucessor do ministro Ronaldo Fonseca na Câmara dos Deputados.
O senhor desenvolve algum tipo de trabalho social– A gente tem um braço da Comunidade das Nações que se chama Filhos do Brasil. Esse projeto nasceu do desejo de nos tornarmos pais de órfãos. É um projeto que vem crescendo nos últimos anos de forma exponencial. Ali, desenvolvemos ações sociais nas comunidades carentes do DF. Reunimos voluntários médicos, dentistas, psicólogos, advogados, profissionais da área de beleza e bem-estar. Levamos muitas informações e treinamento em costura, maquiagem, manicure e reforço escolar, tudo com apoio do GDF. Fazemos esse tipo de trabalho há 15 anos.
Onde é feito esse trabalho? – No Gama, na Vila São José em Vicente Pires, Santa Maria, Recanto das Emas, Valparaíso, Estrutural, Taguatinga e Planaltina. Nos próximos dias, faremos a primeira ação em Sobradinho 2, no Buritizinho.
Como esse tipo de assistência pode ser prestada por um deputado distrital? – Nossa ideia é apresentar projetos onde os cursos profissionalizantes sejam oferecidos de maneira a aperfeiçoar o conhecimento do trabalhador, para que ele possa atender a essas demandas do mercado de trabalho. Vamos estimular a criação e ampliação de benefícios que melhorem a qualidade de vida do trabalhador.
Um dos maiores problemas nas áreas mais carentes da periferia é a violência. O senhor tem alguma proposta para reduzir esses índices? – A gente precisa pensar em políticas de segurança pública baseadas no planejamento e no método, em vez de políticas baseadas na reação. As forças de segurança precisam usar mais a inteligência para se antecipar ao crime.
O senhor não entende a segurança como um problema social? – Claro que sim. Precisamos valorizar nossas crianças desde a primeira infância, com atendimento adequado em creches. Nossas escolas devem preparar os alunos para o mercado de trabalho e treiná-los para o primeiro emprego. Se os pais tiverem trabalho e renda dignos, as famílias serão melhor estruturadas para criar seus filhos.
Existe também a questão salarial dos servidores da Segurança Pública – Sem dúvida. Veja o caso da Polícia Civil, que há dez anos não tem qualquer reajuste salarial. Sou a favor da paridade dos salários dos policiais do DF com a Polícia Federal. Precisamos estimular esses profissionais e aumentar o efetivo para que eles continuem a prestar o serviço de excelência que sempre prestaram à população de Brasília. Isto vale, também, para o Corpo de Bombeiros e a PM. Só assim conseguiremos combater e reduzir a violência que assombra a nossa cidade.