A décima-segunda vítima de feminicídio do Distrito Federal neste ano era pedagoga e lecionava no CEF 418 de Santa Maria. Na noite de sexta-feira (2), Adrielly Thauana foi assassinada a facadas por Josmar Junio, que tentou se matar em seguida e foi encaminhado ao Hospital Regional do Gama (HRG), onde segue internado. Adrielly é natural do Piauí e será enterrada em seu estado natal.
A diretora do CEF 418, Gabriela Lima da Silva, lamenta muito a perda da colega. “Adrielly, você fará falta para nós, aqui no CEF 418. Tenha a certeza disso. Estamos todos muito tristes com a sua partida. É difícil aceitar que não teremos mais seu sorriso em nossas manhãs. Mas sabemos que você já não está mais sofrendo. Está em um lugar melhor, e certamente sorrindo para Deus”.
Em todo o ano de 2022, o DF registrou 17 feminicídios. Em 2023, até o início de junho, já ocorreram 12 feminicídios na Capital Federal – de 25 tentativas de feminicídio. Dos 12 assassinos das (ex-?) companheiras, 10 estão presos, um se matou e apenas um segue foragido.
O feminicídio é problema endêmico no Brasil e em vários outros países. Por que, para tantos homens, dispor da vida de uma mulher como se fosse um objeto, ou coisa menor/inferior, é algo tão natural? Encontramos a resposta numa combinação histórica e social de cultura machista com ascensão de pautas conservadoras e morais.
Promover a reflexão sobre o papel da mulher na escola e na sociedade é tarefa também do Sindicato.
E você? Já levou suas turmas a refletirem sobre isso?
“É função da escola escancarar essa naturalização da violência contra mulheres. É nossa função, como educadores e educadoras, mostrar aos estudantes a ausência de justificativa para o tratamento dispensado às mulheres por vários homens (e mulheres também) em pleno século XXI”, lembra Mônica Caldeira, coordenadora da Secretaria de Mulheres Educadoras do Sinpro.
“Qual a correlação entre o conservadorismo, o machismo e a punição aos corpos das mulheres? Qual a correlação entre as pautas morais e as pautas de costumes e a punição à existência das mulheres”
lembra a diretora do Sinpro.
A Professora Adrielly foi a 37ª vítima (entre fatais e quase fatais) apenas nos casos reportados de feminicídio. Muitos outros não foram reportados, e muitas outras expressões de machismo tão presente em nossa sociedade se dão de diversas formas.
Adrielly Thauana, presente! Descanse em paz!