Alegando suspeita de estar acometido por uma cepa única do novo coronavírus, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello não compareceu à convocação da CPI da Pandemia do Senado, onde deveria ter prestado depoimento na quarta-feira (5). A nova cepa, exclusiva de Pazuello, permite, por exemplo, passear no shopping sem máscara e encontrar aliados como o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni (DEM). Tudo menos depor como testemunha na Comissão Parlamentar de Inquérito. Diante do ineditismo do caso, senadores cogitam solicitar condução coercitiva de Pazuello para a oitiva.
O mais esperado depoimento da semana, com a ausência de Pazuello, era do atual ministro Marcelo Queiroga, inquirido na quinta-feira (6). Bem treinado e com respostas prontas, Queiroga pouco acrescentou à investigação. Ainda assim, reconheceu ter divulgado um dado inflado sobre a quantidade de vacinas adquiridas pelo governo: anunciou 560 milhões e depois corrigiu para 430 milhões.
Queiroga se negou a declarar sua posição sobre o uso da cloroquina. Disse que o tema é técnico e que ainda irá se posicionar. Afirmou também que as falas do presidente Jair Bolsonaro não atrapalham a vacinação.
Cloroquina – O primeiro a depor, na terça (4), foi o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta – pré-candidato à Presidência da República. Em mais de sete horas, disse que o governo Bolsonaro ignorou alertas da pasta da Saúde, engavetou estratégia de testagem e descartou campanha de orientação.
Na quarta (5), foi a vez de Nelson Teich, que ficou no cargo apenas 28 dias. Ele afirmou aos senadores que faltou planejar o sistema público de saúde para enfrentar a segunda onda de covid-19, “por ausência de liderança”. Teich afirmou também que não teve liberdade nem autonomia para fazer o trabalho necessário e que havia pressão para que indicasse uso da cloroquina.