Disposto a retornar ao cenário político, o ex-deputado Geraldo Magela, vetado pelo PT-DF para assumir um cargo no primeiro escalão do governo Lula 3, sacudiu os bastidores do partido esta semana após entrevista a um blog de Ceilândia: “Sou pré-candidato a governador em 2026”, anunciou Magela.
Mas entornou o caldo ao acusar o presidente regional, Jacy Afonso, de ter dividido o partido internamente na eleição de 2022, favorecendo o crescimento da candidatura de outra legenda – no caso, do ex-distrital Leandro Grass (PV), hoje presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O presidente regional petista não quis polemizar com Magela. “Prefiro falar do futuro e das ações que temos desenvolvido em prol do crescimento do partido”, desconversou Jacy Afonso. Mas alguns expoentes do partido saíram em sua defesa.
“Nosso objetivo é unir a oposição para enfrentar o grupo de Ibaneis Rocha”, disse um parlamentar, avaliando que Magela tem razão em um ponto de sua entrevista: sozinho, sem uma grande frente de esquerda, o PT não derrota a candidatura que brotar do grupo de Ibaneis – no momento, as mais cotadas são a vice-governadora Celina Leão (PP) e a senadora Damares Alves (Republicanos).
Magela, no entanto, não foi o único oposicionista a manifestar disposição de enfrentar Ibaneis. Filiados ao PSB do ex-governador Rodrigo Rollemberg, o ex-interventor do DF no episódio do 8 de janeiro de 2023, Ricardo Capelli, e o ex-diretor regional do Sebrae, Valdir Oliveira, se reuniram com o ex-governador Cristovam Buarque e com o presidente regional do Cidadania, Marcelo Aguiar. O quarteto admitiu que a pauta era a sucessão no Buriti daqui a dois anos e meio.
Antes, o deputado federal Reginaldo Veras (PV) havia colocado seu nome na corrida sucessória. “Só não concorrerei se for para priorizar a candidatura de Leandro Grass”, afirmou o ex-pedetista, mostrando respeito ao recall do correligionário no pleito passado. Grass, que conseguiu ser inocentado pelo Tribunal Superior Eleitoral numa ação que respondia desde o final da última campanha, continua no páreo.
Quem também não tira o nome da raia é a senadora Leila Barros (PDT). Eleita pelo PSB, a parlamentar hoje dá as cartas na legenda brizolista no DF. Assim como os demais postulantes, sabe que precisaria unir uma grande frente para se viabilizar.
E assim, entre tapas e beijos, empurrões e safanões, segue a treta na esquerda em busca de uma sonhada unidade contra o grupo do atual titular do Buriti. O mais provável, no entanto, é que o consenso surja de uma ordem vinda direto do Palácio do Planalto. Esta “solução salomônica”, no momento, está aparentemente fora da corrida eleitoral. E tem nome e sobrenome: Paulo Tadeu.
O conselheiro do Tribunal de Contas do DF diz que “se eu for a carta escondida, vou cortar a manga da camisa do presidente”. Brincadeiras à parte, Paulo Tadeu afirma que está “feliz na missão no TCDF” e se “esquivando desse debate” para não se “meter em confusão”. Mas não esconde que “nunca fui de correr de briga”, deixando claro a possibilidade de aceitar uma “missão futura”.