Há um mês, o Brasília Capital mostrou, na edição 610, o desencontro dos calendários da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), do Governo do Distrito Federal, e da Universidade de Brasília (UnB), que prejudica o ingresso de estudantes no curso de medicina. Esta semana, a deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) encaminhou ofício à diretora da ESCS, Marta David Rocha de Moura, cobrando explicações e pedindo providências.
Até 2020, ambos os processos seletivos utilizavam as notas do SISU para ingresso nas faculdades. Mas a UnB passou a adotar o ENEM como sistema de seleção próprio. Esta alteração provocou uma falta de alinhamento nos calendários, acarretando em vagas ociosas na ESCS, visto que as inscrições do SISU foram realizadas em fevereiro, enquanto as do ENEM, na UnB, abriram somente no final de março e se encerram no dia 19 de abril.
Onde está o problema
O processo seletivo da ESCS, por meio do SISU, ocorre antes do processo ENEM/UnB. Com isso os estudantes usam a nota do ENEM no SISU e ingressam na ESCS. Entretanto, quando abre o acesso pelo ENEM/UnB, os mesmos alunos se inscrevem na UnB e, caso aprovados, migram para a universidade federal, deixando as vagas da ESCS sem ocupação.
Como os dois processos seletivos ocorrem em datas distantes, a ESCS não consegue realizar chamadas subsequentes para preencher as vagas, pois só podem chamar outros alunos aprovados até dois meses após o início das aulas.
Diante da denúncia do jornal, a deputada Paula Belmonte procura uma solução para o problema. A parlamentar sugeriu que a diretoria da ESCS analise a possibilidade de que um determinado número de alunos seja convidado, como “ouvintes”, após o último convocado no vestibular pelo SISU, respeitando a ordem de classificação.
A intenção é que esses estudantes possam assistir as aulas, desde o início, matriculados como alunos especiais, e, caso ocorra desistência de algum aluno regularmente matriculado na turma, esses alunos especiais sejam imediatamente rematriculados como regulares da turma de medicina.
Caso não ocorram desistências, os alunos especiais de toda forma poderão aproveitar a grade assistida durante o período. “Esses estudantes enfrentam grande dificuldade para passar em um curso tão concorrido como o de medicina. É inaceitável que um problema de ajuste nos calendários os impeça de conquistar esse sonho”, Paula Belmonte.