Há muitos brasileiros que enxergam no Paraguai, conhecido país vizinho do Brasil, com cerca de 7 milhões de habitantes, apenas um local para compras de produtos falsificados, de má qualidade e com boa margem de lucro, que compensam os riscos de longas viagens e perigosos dribles nas polícias de fronteira e aduanas.
O que poucos sabem é que hoje o Paraguai – por conta de seu crescimento econômico contínuo, seus atrativos para investimentos externos da Europa, Ásia e Oceania, sua modernização e firmeza no cenário econômico internacional – desponta como o novo líder emergente da América do Sul.
Graças a políticas econômicas e sociais adequadas e, desafortunadamente, por desastradas políticas econômicas no Brasil e na Argentina, entre outros países, hoje o Paraguai nos supera em relação à confiança dos investidores internacionais. Ao que tudo indica o país deve atingir o grau de investimento ainda este ano, enquanto o Brasil está 3 degraus abaixo dele, com rating “BB-”, menor patamar desde 2005.
Entre parâmetros comparativos econômicos e a derrubada de antigos estereótipos, o que aproxima o Brasil do Paraguai este ano, além do processo eleitoral, são os escândalos de corrupção. Lá, no entanto,eles não são entre políticos e empreiteiras como a Odebrecht, mas entre políticos e o Poder Judiciário, a fim de favorecer amigos e prejudicar inimigos. Que coisa, não?
Talvez esta constatação seja estranha para o brasileiro que acredita na isenção dos operadores da lei, mas o Poder Judiciário, que é composto por seres humanos comuns, também possui corrupção e ligações espúrias com o poder político, assim como no Brasil.
Lá, diferentemente daqui, este tipo de corrupção ganhou a mídia, envolvendo, entre outros, o ex-senador González Daher, um dos políticos mais poderosos do governista Partido Colorado.
Apesar da forte reação popular paraguaia contra este caso de corrupção no final de 2017, tendo como ponto central o tradicional partido governista, a poucos dias das eleições o Partido Colorado está na frente.
Uma das últimas pesquisas, encomendada pelo jornal Última Hora e realizada pelo instituto Grau & Associados, aponta que o candidato do Colorado, Mario Abdo Benítez, conhecido como Marito, tem 55,7% das intenções de voto para as eleições do próximo dia 22 de abril, enquanto o candidato Efrain Alegre, do Partido Liberal, atinge apenas 31,4%.
Caso as pesquisas não estejam enviesadas, como as do fim do mês passado nas eleições da Costa Rica, tudo leva a crer que no Paraguai, que possui apenas um turno eleitoral e não permite reeleição, os colorados conquistarão a presidência da República e também serão maioria no Congresso.
A centro-direita conservadora colorada poderá permanecer no poder e manter a tendência latino-americana de guinada à direita nas Américas.
Cobertura –Mas quais são as estratégias coloradas para vencer a crise de imagem e seguir na dianteira da disputa eleitoral?
Para responder esta e outras perguntas, no próximo sábado, dia 21, o projeto Tour Eleições das Américas embarca para a Assumpción, capital do Paraguai, para analisar as estratégias de marketing eleitoral, mobilização e comunicação, e a reta final da campanha presidencial paraguaia.
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