O paradoxo da obesidade está associado a indivíduos com quadro de obesidade, mas que não apresentam ainda nenhuma das comorbidades relacionadas à obesidade. Ainda. Ou seja, não é porque o indivíduo obeso apresenta taxas sanguíneas normais em exames laboratoriais que está tudo bem. Afinal, trata-se de uma doença crônica e pode ser que os efeitos metabólicos ainda não tenham aparecido. Porém, eles irão aparecer.
A obesidade é considerada uma doença, e não existe, portanto, um obeso saudável, como muitas vezes ouvimos por aí. A obesidade é uma doença multifatorial e seus efeitos trazem não só alterações física e metabólicas, mas também psicossociais.
Considerando que a definição de saúde vai muito além da ausência de doenças, além de todo o bem-estar do indivíduo, precisamos tratar e prevenir a obesidade.
O ambiente em que vivemos é obesogênico. As crianças estão obesas e mais da metade da população brasileira tem quadro de excesso de peso.
Estamos em situação crítica, e muitas das atribuições do governo são deixadas de lado porque a força da indústria que nos deixa doentes é maior. Existe um discurso implícito de que aqueles que buscam uma alimentação saudável, especialmente para as crianças, são muito radicais. Afinal, o que é que tem comer de vez em quando um fast food?
Na verdade, de vez em quando talvez não tenha problema. Mas passamos dessa frequência para quase diariamente. Vamos refletir sobre isso, e se o ambiente não ajuda, vamos buscar ajuda para ter alimentos de verdade à nossa mesa. Isso já faz toda a diferença.