José Matos (*)
Parábolas são ensinamentos para serem usados na vida diária e não devem ser vistas apenas como temas religiosos. A parábola do Rico e de Lázaro fala-nos da importância da solidariedade e das consequências de uma vida indiferente ao próximo, aqui e no Além.
Jesus (símbolo da nossa consciência ou Self) fala-nos de um rico que se banqueteava todo dia, mas era indiferente à presença de Lázaro, um mendigo que aspirava ganhar um prato de comida.
Certo dia, após a morte dos dois, Lázaro (símbolo da nossa consciência luminosa) foi levado por Abraão (símbolo da consciência crística ou búdica) até à borda do abismo para conhecê-lo e é visto pelo rico (símbolo da nossa parte de treva ou sombra, segundo Jung) que pede para Abraão deixar Lázaro ir até lá aplacar sua sede.
Mas a solicitação é negada em atendimento à Lei de Retorno, que manda dar a cada um de acordo com suas obras.
Nesta parábola Jesus nos fala da importância da solidariedade, intrinsecamente lembrando que não somos donos, mas apenas administradores das coisas de Deus, que devem ser compartilhadas com os necessitados, trazendo alegria e evolução para o que compartilha e alegria, evolução e gratidão para o que recebe.
No entendimento de São Francisco, não há quem não possa ajudar e quem não precise receber. “Tudo o que guardei, perdeu-se, e tudo que dei ainda está comigo”, ensinou o filósofo Huberto Rhoden, parafraseando Martin Luther King: eu tive muitas coisas que guardei em minhas mãos, e as perdi. Mas tudo o que eu guardei nas mãos de Deus, eu ainda possuo.
Nesta magnífica lição Jesus também nos adverte quanto ao abismo (lugar de sofrimento externo e símbolo do juiz em nossa consciência) que nos pede arrependimento e reparação.
“Que fizeste dos talentos que te dei?”, cobrará o juiz em nossa consciência. Não basta topar em pedras, é preciso tirá-las para que outros não topem. Não basta não fazer o mal, é preciso a virtude ativa. É preciso fazer o bem.
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