Pelo convencionalismo do calendário, você faria 111 anos de idade cronológica neste sábado, 12 de setembro. Mas, para mim, que desfrutei a bênção de conhecê-lo de perto, você será eterno enquanto durar minha passagem por aqui. Inclusive jamais esqueci daquele seu abraço protetor que recebi ao pular o muro do Palácio da Guanabara, juntamente com o fotógrafo da Última Hora, e por pouco não fui metralhado pelo sentinela que corria atrás de nosotros. Na verdade, cumpríamos ordens de Samuel Wainer, para provar que o presidente da República “não se encontrava à beira da morte”, conforme noticiavam os jornais de Lacerda e Chateaubriand, só porque você se encontrava acamado com uma forte gripe. E a maior prova de que você estava mais vivo do que nunca foi aquela foto enorme na primeira página de UH: o presidente abraçando o repórter.
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Tive outras oportunidades de revê-lo em Diamantina, envolvido pelas serenatas, principalmente a do Peixe Vivo, que impulsionavam as suas lágrimas ostensivas (incluindo as minhas, às escondidas). E vi você chorar quando ouvia o Hino Nacional, com destaque internacional na histórica noite da Inauguração de Brasília, quando você ensopou diante das câmeras das tevês o seu enorme lenço, desta feita sem conseguir disfarçar. Mas não obstante sua rara sensibilidade de não resistir ao assédio das lágrimas, esse chorôrô não significava que você fosse um homem de caráter frágil -, até muito ao contrário: você foi um governante de pulso forte e caráter sem jaça. Lutou, salvou vidas e foi herói na Revolução de 30 como Capitão da PM mineira; e durante sua gestão presidencial, enfrentou e venceu (sem ódio) dois golpes militares: o de Jacareacanga e o de Aragarças; além da epopéia de conseguir construir a Capital do Brasil em três anos e meio, façanha que repercutiu em todo o mundo.
Só não me alegro em comemorar a sua data natalícia póstuma porque um conhecido líder espírita me garantiu que humanos iluminados, tal qual você, só reencarnam de 500 em 500 anos. Se a informação confere, só nos resta lhe dar os parabéns pelo 111º Aniversário e orar ao grande Arquiteto do Universo para que antecipe urgentemente a sua volta, para tirar o Brasil deste caos, à beira do precipício!
A única solução para salvar o Brasil
Cláudio Augusto ou Daniela
Afinal, que rei sou eu, Orlando Pontes?