Q4 Nutrição (*)
A restrição do glúten na dieta esteve em alta há alguns anos, mas agora parece que as coisas estão voltando ao normal. Compreendeu-se, finalmente, que apenas pessoas que precisam dessa restrição se beneficiam dela. Esse grupo é formado por quem tem doença celíaca, alergia ao trigo, glúten ou uma hipersensibilidade ao glúten não celíaca.
Porém, algumas dessas condições clínicas foram recentemente descritas e ainda não há consenso e nem diagnóstico preciso. Portanto, hoje o foco será na condição mais clássica e estudada que se beneficia dessa retirada – a doença celíaca.
Autoimune, a doença celíaca é caracterizada por um processo inflamatório que atinge indivíduos predispostos geneticamente após a ingestão do glúten, onde há partículas que não são completamente hidrolisadas pelas enzimas digestivas, causando assim uma resposta inflamatória e atrofia nas vilosidades do intestino delgado, consequentemente levando à má absorção de nutrientes e outras manifestações clínicas.
O diagnóstico é feito através de exames sorológicos, porém o exame mais fidedigno é a biópsia intestinal. O único tratamento para doença é uma dieta isenta de glúten. Os alimentos proibidos são: trigo, aveia (contaminação cruzada), centeio e cevada.
É importante ter atenção na leitura dos rótulos dos alimentos industrializados e com risco de contaminação cruzada, que ocorre quando um alimento que não contém glúten é manipulado ou processado no mesmo local que alimentos fontes de glúten. Até mesmo em casa, utensílios e equipamentos usados na cozinha podem fazer essa contaminação cruzada.
Para esses indivíduos, o acompanhamento médico e nutricional é essencial. Por isso, devem procurar um nutricionista que tenha experiência em casos semelhantes.
(*) Grupo de estudantes que buscam informações para popularizar a Ciência da Nutrição nas redes sociais}