Com três ministros no governo Lula, partido mantém pré-candidatura presidencial
Mesmo após mudanças internas, o União Brasil continua sem saber onde está e para onde vai. Desde 14 de maio, Luciano Bivar (PE) não é mais presidente, após decisão de três quintos da Comissão Executiva do partido.
Com a chegada de Antônio Rueda à presidência, algumas lideranças subiram o tom contra o governo federal, como o ex-prefeito de Salvador ACM Neto. Ausente de grandes eventos políticos desde a derrota na disputa pelo governo da Bahia, em 2022, mas muito atuante e respeitado nos bastidores, Neto disse há uma semana que Lula 3 “cheira a mofo”.
Por outro lado, o ministro do Turismo, Celso Sabino, indicado pelo União, reafirmou apoio à possível reeleição de Lula, em 2026. Há dois meses, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, disse o mesmo de seu colega de Esplanada.
Ainda assim, a sigla mantém o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como pré-candidato ao Planalto. Internamente, sabe-se que quem mantinha boa relação com o presidente Lula era Bivar. Após abrigar Jair Bolsonaro no antigo partido, o PSL, Bivar levou a nova agremiação para a base de sustentação do governo, com 59 deputados.
Não é segredo para ninguém a boa relação de Rueda com a família Bolsonaro, especialmente com o senador Flávio. A oposição sistemática à esquerda por líderes do União, como do deputado Mendonça Filho e o casal Rosângela e Sergio Moro também não é novidade.
O que também é inquestionável é a relevância do União Brasil no cenário político nacional, com uma das maiores bancadas no Congresso, além da capilaridade em mais de 900 municípios administrados pelo União. A tendência é de que o “desembarque” da sigla seja oficial conforme se aproxima o pleito de 2026, quando, possivelmente, Caiado e Lula disputarão a mesma cadeira.