Mais do que em questões ideológicas de esquerda ou direita, os servidores públicos do Distrito Federal estão atentos ao posicionamento dos candidatos sobre a função e o tamanho do Estado. O secretário de Economia e Desenvolvimento Sustentável, Valdir Oliveira, por exemplo, deixou claro que o caminho de um segundo mandato do atual governador seria o das privatizações.
O pré-candidato a deputado distrital, Dr. Gutemberg, presidente licenciado do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), aponta que incentivo ao desenvolvimento econômico é indispensável, mas para isso o Estado não pode deixar de cumprir suas obrigações constitucionais, o que, na visão dele, foi o que o governo Rollemberg fez ao criar o Instituto Hospital de Base negando que fosse um projeto de privatização ou de terceirização.
“O que avisamos que ocorreria quando o projeto estava sob análise da Câmara Legislativa está ocorrendo: serviços, como o de oncologia, estão sendo desarticulados, todos os servidores da radiologia estão sendo expulsos do hospital e o edital para terceirização dessa área já foi lançado”, aponta o médico. Tão grave quanto isso, destaca o médico, é o que ocorre com os programas de residência médica: o da oncologia foi descredenciado pelo MEC e todos os outros correm o mesmo risco.
O médico aponta que a privatização, por si só, não representa garantia de melhora no serviço ou de eliminação da corrupção. “Mais de 60% das empresas que se cria no país não sobrevivem sequer cinco anos e a corrupção no setor privado é enorme. A Operação Lava Jato está aí nos mostrando isso”, argumenta. “Na área da Saúde, é só buscar na internet, a maior parte dos casos de corrupção está ligada a terceirizações e privatizações”, enfatiza.