A virada de página esperada pelo governo para junho, quando serão lançados vários pacotes dentro da “agenda positiva”, custará, pelo menos, R$ 285 bilhões aos cofres públicos, segundo levantamento feito pelo Correio com representantes de setores que esperam ser beneficiados pelas medidas. Na prática, isso significa que, para recuperar a popularidade perdida e o discurso sem credibilidade perante o eleitorado e a militância petista, a presidente Dilma Rousseff terá de gastar, no mínimo, quatro vezes o valor cortado do Orçamento há duas semanas — R$ 69,9 bilhões.
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Além de tentar reverter no imaginário popular a percepção de um governo inerte – que derrubou a aprovação da presidente para pouco mais de 13% – Dilma Rousseff também corre para anunciar algumas ações antes do Congresso do PT, marcado para 11 a 13 de junho. A estratégia é mostrar aos militantes petistas que o governo tem uma agenda além do ajuste fiscal e recuperar também a simpatia do partido, que anda afastado do Planalto. “Precisamos sair desta pauta negativa, mostrar que nós temos coisas boas para mostrar e temos uma agenda favorável para retomar o crescimento e os empregos”, defendeu o líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS). Um aliado peemedebista ironiza: “Muitos destes planos, como o Pronaf e o Plano Safra, são lançados todos os anos. Não adianta criar um Cabo Canaveral para lançar foguetes repaginados”, criticou, numa alusão à estação de lançamentos da Nasa.
O primeiro anúncio está marcado para a terça-feira – o Plano Safra 2015. O setor, que tem sido o único da atividade econômica a ter resultados positivos, espera, ao menos, a repetição do montante do ano passado: R$ 160 bilhões. “O Plano Safra pode ser um divisor de águas do Executivo”,disse o diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Cornacchioni.
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