Sucateamento de equipamentos na rede pública e falta de pagamento das redes conveniadas pelo GDF são os motivos.
Pacientes renais atendidos pelo sistema público de saúde e por clínicas provadas conveniadas com a Secretaria de Saúde do DF estão realizando hemodiálise e diálise em tempo reduzido para que mais pessoas possam ser atendidas; a isso dão o nome de dobradinha, quando em vez de fazer o procedimento em 12 horas, cada pessoa usa a máquina por seis horas. Essa tem sido a solução considerando o sucateamento das máquinas nos hospitais públicos que pode comprometer o tratamento desses pacientes e, em longo prazo, piorar seu estado de saúde.
A Secretaria de Saúde reconhece uma dívida no valor de R$ 1,8 milhões contraída no governo passado. Afirma que, em 2015, investiu aproximadamente R$ 20 milhões para pagar os contratos com as clínicas de hemodiálise, que atendem a maior parte dos pacientes da rede pública. Entretanto isso não foi suficiente para resolver o problema e atualmente a rede atende 1.067 pacientes nos hospitais da rede e em oito clínicas conveniadas.
Um médico da rede que não quis se identificar relatou, ainda, que além da ameaça de suspender os tratamentos que estão em andamento, elas não querem receber novos pacientes que estão sendo atendidos nos hospitais da rede. A medida está trazendo transtornos. “Estes pacientes precisam ser atendidos nas clínicas para abrir vagas na rede pública. Além desses, mais 45 pacientes aguardam diálise sem vaga nem na rede pública nem nas clínicas conveniadas”, relatou o profissional. De acordo com ele, as clínicas particulares são responsáveis por 81% dos serviços de terapia renal no DF.
Médicos e pacientes têm se mobilizado junto a OAB e políticos para que pressionem o governo do Distrito Federal a resolver o mais rápido possível o problema. Enquanto a solução não chega, as chamadas dobradinhas continuam.