A previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que, até o fim do ano, 1.020 mulheres sejam diagnosticadas com câncer na capital federal – nas redes pública e particular. Segundo Érica Rodrigues, em abril, só no Sistema Único de Saúde, o número de casos registrados chegava a 113. Em 2018, no ano todo, foram 446.
Um levantamento de 2017 da Sociedade de Mastologia do DF indica que a cobertura da mamografia naquele ano não chegava a 10% das mulheres. A previsão do Inca para 2019 é de que haja 60 mil novos casos de câncer de mama no Brasil.
Não existem dados sistemáticos por região. Mas o estudo indica que houve uma redução da procura pelo diagnóstico precoce desde 2017, um ano depois de o Brasil parar de investir em recursos financeiros públicos e em políticas públicas nas áreas sociais, entre elas, a saúde e políticas para a mulher.
FATORES DE RISCO – Não há fatores de risco estabelecidos para o câncer de mama, mas existem vários fatores de risco baseados em estudos introspectivos. Eles mostram que um conjunto de problemas propicia a formação do tumor no organismo.
A menarca precoce, a menopausa tardia, não amamentação, obesidade, sedentarismo, etilismo e tabagismo são fatores de risco que aumentam o risco. Mas não há estudos que mostrem que um desses seja o causador final.
ALIMENTAÇÃO – “Mas a gente sabe que existem esses fatores, incluindo a dieta. Hoje a gente sabe, baseado em dados de estudos experimentais, que a glândula da mama em quem tem obesidade e sobrepeso tem um padrão mais inflamado. Talvez isso esteja relacionado com o aumento do risco de câncer”, explica Daniel Marques.
A dieta tem influência nisso. “A gente sabe que uma dieta hipocalórica, com baixo teor de gordura, carboidratos tem influência na incidência e tem influência também em quem já teve câncer para proteger contra o retorno dele ou contra um novo câncer de mama.
O médico diz que “pega no pé das pacientes que já foram submetidas a tratamento contra o câncer de mama. Eu falo que, enquanto oncologistas, que fazemos o tratamento com quimio e hormônioterapia, nós sabemos que a atividade física faz parte da prescrição, porque até o câncer de mama diminui o risco de voltar quando a paciente pratica atividade física regular e se alimenta de forma saudável”.
Cura chega a 95%
O câncer de mama é o que mais incide nas mulheres do DF. É possível prevenir. Na Região Norte, a incidência é maior do câncer de colo de útero. Nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, há uma maior incidência de câncer de mama. Pode ser diagnosticado precocemente. E tem uma chance de cura entre 90% e 95%, quando diagnosticado no início.
Como prevenção, é importante a pessoa manter atividade física constante e regular, não ter excesso de peso, não fumar, evitar o álcool ou beber com moderação.
No sistema privado, a pessoa tem de procurar oncologista e mastologista para realizar o exame. Uma vez que apareça uma lesão suspeita, se aciona um rol de diagnósticos, biópsia e exames mais apurados, como a ressonância da mama, para estabelecer o melhor tratamento.