Valter Xéu (*)
Ninguém mais duvida, após um ano e meio do golpe que usurpou o poder de uma presidente eleita, a quem interessou o esbulho da vontade popular. Claro que foram, principalmente, os capitais financeiros, as empresas estrangeiras, a geopolítica dos Estados Unidos. Estes, useiros e vezeiros em golpes no Brasil e no mundo.
Aqui, o golpe se deu pela bandidagem. Para isso, haja enrolação, criem-se jurisprudências, inventem-se doutrinas e rasguem-se leis e princípios. E viva o óleo de peroba! Ao julgar Eduardo Cunha, o STF doutrinou pelo princípio republicano: ninguém está acima nem abaixo da lei. Recolha-se o meliante.
No caso Delcídio do Amaral, criou-se a confusão do flagrante, mas ao fim ele foi preso. Agora chega-se a um capo. O presidente do principal partido do golpe. É chamada a criativa imaginação dos juristas do Supremo. E, a ironia, a república do golpe deixa de ser republicana para ser… democrática. “O importante é manter a escolha do povo!”.
Tamanho despautério já não revolta os ardorosos éticos das panelas, os imaculados cidadãos da lei e da ordem. Trata-se de cumprir a sina dos subjugados aos verdadeiros donos do Brasil. E todos sabem, pelas palavras do capo, que quem sai da linha, seja primo ou amigo, leva chumbo. Vamos rever a trilogia do Poderoso Chefão.
(* ) Editor e diretor dos portais Pátria Latina e Irã News