Já tem um bom tempo que passamos do Dia de Reis, data que já foi festejada tanto no sentido religioso quanto no profano. A explicação mais convincente, pra mim, é a de que os monarcas foram esquecidos por falta de patrocínio comercial.
O Natal tem o alto prestígio da Coca Cola; o Ano Novo tem o panetone, o peito de peru e a Sadia; já os Santos Reis perderam o charme para, sequer, convencer os consumidores de doces de leite Viçosa e das balas sem rótulo.
Sem a alegria de papais e mamães Noel descendo pelas chaminés dos apartamentos, ou a fuzarca de milhões de pessoas em Copacabana, assistindo ao Réveillon da Globo, os que trouxeram ouro, incenso e mirra ficaram no anonimato.
A culpa deve ser das majestades: além de não terem uma logo que atendesse aos interesses dos mercadores do Universo (mercadores cada vez mais poderosos e o mundo cada vez cabendo menos gente), se esqueceram de falar da guerra. E louvaram a paz.
Maior exemplo disso, as que adentraram 2025 sem pedir licença: as da Ucrânia e da Palestina. Firmes em seus objetivos não declarados. Além dessa herança maldita, ainda chegam as escaramuças que estão por vir: EUA contra o Canadá – tão pacifista! –, o Panamá e seu canal, e a Dinamarca e sua Groenlândia.
A mais simples para ser resolvida deve ser a do reinado dinamarquês. Segundo o primeiro-ministro, vender a Groenlândia não vende, nem empresta. Mas topa uma parceria.
Talvez uma Greenland Corporation na ilha gelada.