Antes de mais nada: considere que vou falar de animais que foram rebatizados como pets. (Antes, eram apenas cães e gatos, mas a lista vai aumentar e incluir coelhos, tartarugas, cavalos, lagartixas [devoradoras descorpiões], saguis, pintinhos – pois, se você fala pet, estará considerando qualquer bicho de estimação).
Mas não vou falar de cobras e lagartos.
Fico com a revista piauí – sempre atenta às questões da nossa sociedade –, que resolveu adentrar o gramado e fazer uma longa reportagem (com o mesmo peso que aborda questões políticas, filosóficas etc. e tal).
A matéria é identificada como questões ferozes. Acontece que nem a área de adestradores de cães se livrou da polêmica causada pela atual guerra ideológica.
Pois não é que estão brigando – profissionais e criadores do pet-cães – por conta de dois métodos utilizados por quem entende do riscado?
Daí, a questão ficou assim decidida: 1. Quem usa o método chamado de peitoral, que não machuca nem provoca dores nos animais é o pessoal de esquerda, no barato; ou de efeminado, pra não usar a palavra que corre nas redes; e 2. Os que usam o enforcador (com este nome?, eu, hein!), nem precisam se explicar. Ainda mais em pequenos animais –, são da direita.
Tipo de ferocidade à qual estão (ainda) imunes os criadores de pet-gatos. Até que comece a briga sobre os que convivem com os felinos: os de rua estão nas mãos da esquerda e os de pedigree (!) aristocrático nas coleiras da direita.