Tenho um conhecido que há anos tenta ficar rico, só pra poder comprar o símbolo de seu status de milionário: um helicóptero. Preço alto: uns 80 milhões de reais. Em outras palavras, alimentava a ideia de pairar sobre a humanidade que vai de carro, táxi, Uber ou busu para o trabalho.
Na época da Loteria Esportiva, arriscava tudo o que sobrava da cerveja para fazer uma fezinha. Desiludido com os palpites – ele sempre apostava nas zebras, pois teria a chance de ganhar a fortuna sozinho – voltou-se para as apostas onde está até hoje a principal loteria brasileira: o jogo do bicho.
Mais uma vez ficou desapontado. Seu argumento: não se podia acreditar que o prêmio, quando o apostador acerta com a milhar na cabeça, só tem a garantia num pedaço de papel sem nenhuma assinatura registrada em cartório.
Como estava viciado nos jogos da independência financeira, começou a participar das bets que oferecem bônus de até 4 mil reais como estímulo pra quem abre uma conta; por exemplo, no jogo do Tigrinho.
Gastou mais do que o bônus oferecido, ficou endividado, e agora pede aos amigos para – pelo menos – evitar que sua mulher o abandone.
Conselho grátis ao conhecido: tente ser influencer. Tem até um que, de coach do sucesso chegou ao mundo dos candidatos a prefeito.
E melhor: tem um helicóptero de 80 milhões que, segundo os jornalões, sequer foi declarado (embora a lei exija) como um dos bens adquiridos enquanto exerceu essa lucrativa atividade.