No aparentemente longínquo 25 de abril de 2020 (há menos de 3 meses), o Brasília Capital foi a primeira publicação do País a tratar as vítimas do novo coronavírus não como mera estatística, mas como pessoas. E estampou na capa da edição 461 a manchete “Mortos da covid-19 têm nome e sobrenome”.
Embora a lista de óbitos não existisse em nenhuma estatística oficial do governo federal, a equipe do jornal levantou uma relação de dezenas de brasileiros que haviam sucumbido à doença até 24 de abril. Naquela data, a covid-19 tinha contaminado “apenas” – se comparados aos dados de sexta-feira (17/7), com quase 80 mil mortos e 2 milhões de infectados – 52.995 contaminados e 3.670 óbitos.
A inexistência de uma política eficaz do governo federal, que em plena pandemia trocou três Ministros da Saúde e, nos últimos 2 meses, mantém um general como interino no cargo, a situação do Brasil só não é pior graças aos esforços de trabalhadores que assumiram o protagonismo no combate à covid-19, muitas vezes com o sacrifício de suas próprias vidas.
São médicos, enfermeiros, auxiliares da saúde, funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), vigilantes, bombeiros, bancários, comerciários, jornalistas, entre outras categorias de anônimos que não poupam esforços para dar um pouco de alívio às vítimas e suas famílias.
Mais uma vez, o Brasília Capital se adianta para mostrar que, mesmo sem o devido reconhecimento do poder público, esses trabalhadores são os heróis da pandemia e merecem todo o respeito e reconhecimento da sociedade