Em queda nas pesquisas de intenção de voto e nos índices de aprovação de governo e com a possibilidade de segundo turno cada vez mais consolidada, a presidente Dilma Rousseff aproveitou o pronunciamento em cadeia de rádio e televisão sobre a Copa do Mundo para fazer propaganda política da própria gestão. Ela exaltou a construção dos estádios e afirmou que as obras previstas de infraestrutura ficaram prontas. A oposição classificou o pronunciamento de propaganda eleitoral subliminar, lembrou que a presidente Dilma Rousseff não vai discursar na abertura da Copa por medo das vaias e prometem entrar com nova representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por propaganda eleitoral antecipada.
Em nota oficial, o PSDB afirma que “a presidente buscou uma forma de se esquivar do contato direto com os brasileiros, com o intuito de evitar a repetição das manifestações que ocorreram na Copa das Confederações”. De acordo com os tucanos, a presidente surpreendeu ao “utilizar o pretexto da Copa do Mundo para criticar milhões de brasileiros que vêm legitimamente manifestando sua discordância com a forma como o governo encaminhou os preparativos do evento”. E que, ao agir assim, “mais uma vez deixa claro que não entendeu a mensagem das ruas”.
Dilma usou a inclusão social vivida pelo país nos últimos anos para justificar as passeatas. “Temos uma democracia jovem, dinâmica e pujante e convivemos com manifestações populares e reivindicações que nos ajudam a aperfeiçoar, cada vez mais, nossas instituições democráticas”. E utilizou um conhecido bordão futebolístico — treino é treino, jogo é jogo — para assegurar que tudo dará certo. “No jogo, que começa agora, os pessimistas já entram perdendo. Foram derrotados pela capacidade de trabalho e a determinação do povo brasileiro, que não desiste nunca”, afirmou a presidente.