Mensagens obtidas pelos investigadores da Operação Lava Jato no celular de José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, indicam que o ex-ministro da Previdência Social Carlos Gabas intermediou negócios da empreiteira com o governo do Distrito Federal em 2014, época em que era comandado por Agnelo Queiroz (PT) e tinha como vice o peemedebista Tadeu Filippelli. A empresa participa do consórcio que construiu o BRT Sul, ramal do transporte público que liga a cidade de Santa Maria ao Plano Piloto.
Os investigadores afirmam que “sobre Gabas, destaca-se que há trocas de mensagens ao menos desde junho de 2012, sendo um contato de pessoas vinculadas a empresas do grupo OAS com negócios relacionados ao governo”. Atual secretário especial de Previdência Social, Gabas é próximo à presidente Dilma Rousseff. Em 2013, ele levou a petista para passear de moto em sua garupa. Ele comandou o Ministério da Previdência de janeiro a outubro de 2015, quando a pasta foi fundida com a do Trabalho. Gabas nega qualquer envolvimento com a Lava Jato.
Os diálogos obtidos pelo jornal “O Estado de S. Paulo” são mantidos sob sigilo em Brasília e na Justiça Federal no Paraná. As conversas envolvendo Gabas ocorreram entre 2012 e 2014, quando ele era secretário executivo do Ministério da Previdência Elas foram obtidas pelos investigadores em Curitiba e remetidas à Procuradoria-Geral da República no ano passado por haver menção ao nome de Gabas.
Até o momento, não há inquérito que investigue o envolvimento do ex-ministro na Lava Jato.
Em 27 de outubro de 2014, um número atribuído pelos investigadores a Léo Pinheiro encaminhou mensagem a Gabas citando José Lunguinho Filho, diretor da OAS Defesa. “Amigo, Não deu para o Lunguinho lhe ver. Abaixo a nossa agonia”, afirma Pinheiro, citando em seguida as “principais pendências” que envolviam as obras do BRT Sul de Brasília.
Cinco horas depois da primeira mensagem, ela foi respondida por um número que a investigação atribui a Carlos Gabas. “Ok. Cuido daqui.”
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