O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-BA), anunciou nesta quarta-feira (7) a prisão do ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias durante seu depoimento aos senadores, por falso testemunho. parlamentar usou como base para o pedido de prisão a contradição entre áudios do celular do representante da Davati Medical Supply e policial militar, Paulo Dominguetti, que denunciou Dias por pedir propina pela compra de 400 milhões de doses da Astrazeneca, e o depoimento do ex-diretor. Durante seu depoimento, Dias afirmou repetidas vezes que seu encontro com Dominguetti em fevereiro deste ano, onde teria ocorrido a proposta de propina, teria ocorrido por coincidência. “Não era um jantar com fornecedor, era um jantar com um amigo”, disse Dias aos senadores.
Aziz, porém, mostrou mensagens divulgadas de Dominguetti que mostram ele avisando no dia 25 de fevereiro aos seus superiores na Davati que se encontraria com Roberto Dias.
Depois do encontro, Dias foi acusado pelo policial militar e representante da Davati Medical Supply, Paulo Dominguetti, de ter pedido propina de US$ 1 por dose comprada no início da negociação de 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca/Oxford, que não trabalha com intermediários para negociar com o Ministério da Saúde. O ex-diretor negou as acusações à CPI e chamou Dominguetti de “picareta” e disse que as acusações contra ele “partem de pessoas desqualificadas”.
Essa foi a primeira vez que Aziz pediu a prisão de um depoente durante os trabalhos da CPI, marcando uma mudança no papel do presidente. Ele já foi pressionado por senadores a prender outros dois convocados, durante os depoimentos do ex-secretário Especial de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten, e de Luiz Dominguetti, mas negou os pedidos.