Um grupo de deputados federais é chamado de Bancada da Bíblia. Igualmente com a letra B, vem outra turba também aguerrida, apelidada de Bancada da Bala.
Os dois grupos têm um lema inquebrantável (!): esbravejar contra qualquer projeto civilizatório – ou que, pelo menos, nos tire desse atoleiro violento em que o Brasil mergulha.
Pensando bem, é difícil fugir de ensinamentos da Bíblia mal interpretada e de riscos que correm os verdadeiros cidadãos do bem, quando abordados por um sujeito que frequenta academia (não uma universidade), portando arma de fogo e ameaçando te mandar para o céu antes da hora.
É o que está acontecendo agora na Câmara, por conta da discussão sobre se as armas devem ou não ser incluídas na taxação do Imposto Seletivo.
Claro: neste momento os BB – da Bíblia e da Bala – entram em voz uníssona para barrar essa falta de juízo.
Quem mandou não ler os trechos da Bíblia que falam dos fariseus e vendilhões do templo? Para quê se preocupar com revólveres, fuzis, submetralhadoras, se o perigo está em cada esquina?
Que procurem o fogo do inferno aqueles que desafiam a desordem natural das coisas.
Nelson Rodrigues nos consola: “Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.