A reta final da corrida eleitoral pela prefeitura de São Paulo tem Guilherme Boulos (Psol), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) praticamente empatados. Todas as pesquisas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram a tendência de proximidade entre os três, com diferenças de intenções de voto dentro da margem de erro.
Marçal, que começou a campanha bem atrás dos dois adversários, conquistou eleitores principalmente no período anterior ao início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, no dia 30 de agosto. Nunes teve 6 minutos e 30 segundos; Boulos, por sua vez, teve mais de 2 minutos.
Além de apresentar propostas, ambos (Nunes e Boulos) atacaram Marçal, que desidratou desde o início das inserções nos veículos tradicionais. Entretanto, o ex-coach do PRTB pode se destacar nas 72 horas que antecedem a votação.
A legislação eleitoral, que até agora foi adversária de Pablo Marçal, pode lhe ser favorável. Vale lembrar que, por determinação judicial, as redes sociais dele foram tiradas do ar durante a campanha.
De acordo com a Resolução do TSE que rege as eleições municipais deste ano, fica vedado o impulsionamento de conteúdos nas redes a partir de quinta-feira (3) até segunda-feira (7). Nesse período, as propagandas de rádio e TV também estão suspensas.
Além disso, no domingo (6), dia das eleições, candidatos não podem publicar nada em suas redes. Isso mesmo: nada!
E como isso favorece Marçal?
É de conhecimento de todos os atores envolvidos na campanha municipal que o ex-coach tem um exército digital (muitas vezes com direito a soldo), que publica insistentemente seus famosos “cortes”. E a legislação não proíbe que cidadãos comuns utilizem suas redes para proferir o voto.
Ou seja, enquanto os demais candidatos ficarão reféns única e exclusivamente de suas próprias redes e de seu alcance orgânico, Marçal terá milhares de contas postando seus vídeos e, eventualmente, atacando seus concorrentes.
(Importante ressaltar que se ficar comprovado que essas pessoas receberam dinheiro para fazer isso, o candidato pode responder judicialmente e até ter a candidatura impugnada).
Em tempo: meu palpite é de que, ainda assim, Marçal ficará fora do segundo turno. Mesmo que as redes paralelas deem a ele uma visibilidade maior nas últimas 72 horas antes da abertura das urnas, a tendência é de que a força do presidente Lula e de Jair Bolsonaro em bairros periféricos da capital paulista leve Boulos e Nunes para a próxima etapa das eleições. A conferir…