Orlando Pontes
Sabe aquela história de que, às vezes, o sujeito oculto é mais ativo do que quem se faz visível? É o que acontece na Comunicação do GDF. Desde o início da gestão Ibaneis Rocha (MDB), em 2019, corre uma piada nos bastidores do Palácio do Buriti: “Pra ter moraes é preciso pestanejares”.
Trocadilho – Trata-se de um trocadilho com os sobrenomes de dois assessores muito próximos do chefe do Executivo local. Oficialmente, um deles foi nomeado já no primeiro dia do governo. Mas, na prática, segundo fontes palacianas, era o outro que dava as cartas (Alô, MPDFT!).
Coringa – O coringa de Ibaneis, apelidado de “O Sombra do Buriti”, tinha (tem até hoje) trânsito livre em todas as instâncias do governo. Estranhamente, porém, não era nomeado para nenhuma função na estrutura oficial.
Esdrúxulo – Esta situação esdrúxula só foi corrigida em fevereiro de 2020 (13 meses após a posse de Ibaneis), com a criação de um tal Conselho de Comunicação Institucional, que jogou alguma luz sobre o Sombra. Mas ele só foi nomeado em 2 de abril daquele ano (veja fac-simile do Portal da Transparência).
Formação – O Sombra passou, então, a ser titular do tal Conselho, como um dos três representantes da sociedade civil indicados pelo governador. O colegiado conta, ainda, com os secretários de Comunicação, da Casa Civil, de Cultura, de Desenvolvimento Econômico e de Economia.
Vive de vento? – Segundo o decreto que criou o tal Conselho, nenhum dos oito recebe qualquer remuneração para participar do colegiado. Mesmo assim, o Sombra paira diariamente dando expediente no Palácio. Há de se perguntar: seu trabalho é voluntário? Recebe dinheiro de alguma outra fonte? Ou vive de vento?
Manda em tudo – É o Sombra, travestido de Conselheiro, quem “unifica e harmoniza” a política de Comunicação Social de todo o GDF – administração direta, autárquica, fundacional, empresas públicas e sociedades de economia mista.
Rainha da Inglaterra – Os amplos poderes concedidos ao tal Conselho transformaram o titular da Comunicação numa verdadeira Rainha da Inglaterra. Uma condição, para muitos, humilhante.
Silêncio – O Brasília Capital consultou a Secom sobre o papel do jornalista Paulo Pestana na estrutura do órgão, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição, às 13h de domingo (7).
Mais luz – Em breve, o Brasília Capital jogará mais luz sobre os porões do GDF. Estamos de olho em alguns veículos que vêm enchendo as burras de dinheiro sem dar o devido retorno à sociedade, mas garantem sustentação ao projeto político do governante de turno. Aguardem!