Hildegard Angel (*)
Onde estão as organizações médicas brasileiras, nossas entidades e organizações humanitárias, que não protestam, que não se manifestam em cartas abertas nos jornais, que não dão entrevistas se posicionando contra esse genocídio, esse holocausto em tempo real nas redes sociais?
Onde estão as organizações e lideranças católicas? A Pastoral, a Cúria, a CNBB? O único padre que vimos se manifestar foi o caridoso Júlio Lancelotti. Será que dom Helder Câmara e dom Paulo Evaristo Arns vão precisar ressuscitar para a comunidade católica brasileira ouvir uma voz que pregue a mensagem do palestino Jesus Cristo?
As seitas neopentecostais milionárias, badaladas na mídia, parece que apoiam o massacre de crianças, mulheres grávidas e pessoas inocentes. São extremistas de direita, neofascistas, neonazistas. Os demais sacerdotes evangélicos nada falam, a não ser alguns poucos, como o pastor Henrique Vieira, que eu tenha visto.
Os budistas, os kardecistas, as religiões afro-brasileiras não vão falar nada? Esse caos afrontoso, essa catástrofe humanitária não incomodam os homens e mulheres de fé?
E as academias? Todas fazendo vista grossa? Ser a favor da paz e da vida agora é proibido? Quem proibiu? Que entidade poderosa paralisa todas as gargantas, vozes e sentimentos solidários? Que lobby autoritário é este que domina sentimentos, caráter, humanismo, moral, empatia, compaixão, princípios?
Ora, façam-me o favor! O mundo silencioso e silenciado ainda há de se arrepender muito.
(*) Publicação original no Brasil 247 em11 de novembro de 2023