Ao reler o Sermão da Montanha, ontem à noite, como frequentemente faço antes de dormir, lembrei-me de Huberto Rohden, que escreveu um belo livro sobre a subida de Jesus ao monte das Oliveiras. Então recordei-me da primeira vez que o vi em carne e osso, no seminário presbiteriano José Manoel da Conceição, no final de 1949, em São Paulo.
O encontro ocorreu por mera coincidência, justamente no ano em que abdiquei de seguir a carreira de pregador evangélico, não sei se foi com o mesmo sentimento doloroso de culpa de Rohden quando deixou a batina. Ele, porém, sem perder uma grande fatia de Fé, ao contrário deste fiel pecador (eu).
No entanto, desde então continuei seguindo muitos dos ensinamentos do filósofo religioso nascido em 31 dezembro de 1893, na cidadezinha catarinense de São Ludgero, e falecido em São Paulo em 1981. Até então, ele percorreu o mundo externando seus conhecimentos teológicos, que resultaram na publicação de 36 livros, dos quais o Sermão da Montanha é um de seus compêndios mais importantes
Nessa obra, Rohden conclui que essa prédica de Jesus é a \”alma da Bíblia Sagrada\”, no que concordo plenamente em gênero, número e grau. Além do mais, procuro seguir o que ele pregava sobre a harmonia cósmica e a cosmocracia: \”autogoverno pelas leis éticas universais, conexão do ser humano com a consciência coletiva, reconhecendo que deve assumir as consequências dos atos, sem atribuir à autoridade eclesiástica o poder de eliminar os débitos morais do fiel\”. Quer dizer, sem essa de comparecer ao confessionário para saldar suas dívidas.
O melhor texto do Sermão está incluso no livro do evangelista Mateus, nos capítulos de 5 a 7, onde Jesus Cristo ensinou sobre sete coisas: 1) Quem é abençoado por Deus; 2) A Lei de Deus e a atitude do cristão; 3) Ajudar os pobres, Oração e Jejum; 4) As preocupações da vida; 5) Julgar os outros; 6) Falsos profetas; e 7) O melhor alicerce para a vida.
Qual o ensinamento mais importante destes sete capítulos?Todos são importantes em separado. Mas, sem dúvida alguma, o ítem número dois tem mais força: \”A Lei de Deus e a atitude do cristão\”. Isto porque os mandamentos de Deus são mais que regras exteriores. O coração é tão importante quanto as ações. Assim, odiar o irmão é tão errado quanto matar o irmão.
E só me resta dizer: Muito Obrigado Huberto Rohden!