Faço questão de deixar bem claro que não tenho qualquer intenção antipatriótica de avacalhar com a eleição de 2014, por sinal uma das principais instituições da democracia deste País abençoado por Deus e bonito por natureza. Mas a verdade é que acabamos de proporcionar verdadeiro show internacional do Samba do Criôlo Doido, expressão de Stanislaw Ponte Preta, personagem humorístico do genial jornalista e escritor carioca Sérgio Porto. E mais uma vez caímos no ridículo diante do chamado mundo civilizado, graças ao equipamento televisivo que capta e publica tudo na horinha em que está acontecendo, ao vivo, ou seja, on line.
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Mas, aqui pra nós, caríssimos leitores desta Capital tão amada por todos nós, brasilienses natos (como o Orlando Pontes) ou auto-adotados por opção de amor (o meu caso) –, não foi de estarrecer o que aconteceu no último domingo, quando comparecemos às seções eleitorais para escolher candidatos que dirigirão esta Nação, a partir de 1 de janeiro de 1915? Basta dizer que nada menos de 14 políticos se candidataram à presidência da República com a pretensão legítima de ocuparem o trono do Palácio do Planalto, inclusive esse explosivo capitão Bolsonaro, que, pelo visto, não teve o apoio de seus colegas militares, ocupando a rabeira na apuração de votos.
Uma das pouquíssimas imposições válidas da Ditadura de 1964 foi a criação de apenas dois partidos: a Arena, da direita; e o MDB, da esquerda, aliás imitando os Estados Unidois, o patrocinador do Golpe que alguns pseudohistoriadores querem rotular de Revolução. E na primeira eleição do “voto livre”, em 1989, após a queda dos generais-presidentes, concorreram oito partidos, sendo o primeiro inscrito o PMDB, em 1981. Até aí, tudo bem. Mas o número de siglas partidárias foi aumentando gradativamente, chegando ao número absurdo de 32 partidos nesta eleição de 2014, o que baratinou os eleitores em geral, estarrecidos. Em quem escolher no rol de milhares de candidatos, todos querendo salvar o Brasil, entre os quais conhecidos corruptos que conseguiram se reeleger, a fim de ampliar seus cofres bilionários.
Com tal número de milhares de candidatos a perder de vista, até mesmo o Google, fonte de pesquisa infalível, ficou sem saber o total exato, ao compasso do Samba do Criôlo Doido!