O Vaticano anunciou nesta segunda-feira (28) que o conclave, reunião do Colégio de Cardeais que elege o Papa, terá início em 7 de maio. A votação secreta é realizada na Capela Sistina, de onde é lançada a fumaça branca assim que o novo pontífice é escolhido.
Com a morte de Francisco na última segunda-feira (21), o Vaticano passa por um período de luto de nove dias, quando os cardeais são convocados e ficam instalados na Casa Santa Marta.
Antes da votação em si, ocorrem reuniões gerais em que todos os cardeais participam e discutem os problemas da igreja e do mundo atual. A partir dali, começa-se a delinear perfis que possam assumir o papel de líder da Igreja Católica e sucessor de São Pedro, como acredita a tradição cristã.
Na votação na Capela Sistina, participam apenas os cardeais com menos de 80 anos. O número máximo de eleitores é estabelecido em 120, embora atualmente haja 135 com direito a voto.
A portas fechadas, os religiosos, então, dirigem-se à Basílica de São Pedro para a missa presidida pelo italiano Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício. Em seguida, eles seguem em procissão para a Capela Sistina, preparada com bancos para as votações e o fogareiro onde serão queimadas as cédulas e anotações. Nesse momento, é proibido o uso de dispositivos eletrônicos ou qualquer contato com o exterior.
Se a eleição começar no período da tarde, o primeiro dia terá apenas um pleito. Já os seguintes terão até quatro votações, sendo duas de manhã e duas à tarde. O conclave mais longo da história demorou 33 meses, quase três anos, para eleger Gregório X como Papa, em 1271.
CÉDULA — Cada cardeal escreve o nome do escolhido em um papel retangular e deposita em uma urna. Após a sessão, dois apuradores abrem os papéis e leem silenciosamente os nomes, enquanto um terceiro os pronuncia em voz alta. As cédulas são furadas, amarradas umas às outras e queimadas no fogareiro.
Se ninguém atingir pelo menos dois terços dos votos, é adicionada uma substância que tinge a fumaça de preto. Caso haja um eleito, o decano pergunta se ele aceita o cargo e qual o nome escolhido para exercer o pontificado. Francisco foi o nome escolhido por Jorge Mario Bergoglio para seu pontificado, em referência a São Francisco de Assis.