\”Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio\”. Esta é uma frase muito conhecida de Hipócrates, e eu a respeito bastante. Justamente por isso iniciei o artigo desta semana com ela. Todos já ouvimos também que “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”, frase de um médico e físico do século XVI.
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Conhecimentos antigos que são, a cada dia, confirmados pela ciência atual. Afinal, não adianta encher o corpo de pílulas de vitaminas, minerais, antioxidantes, compostos bioativos, suplementos proteicos, aminoácidos, etc, se não fizermos dos alimentos de verdade (aqueles in natura, sem agrotóxicos, sem contaminantes) a parte principal da nossa dieta.
As doenças que mais matam e deixam sequelas no mundo atualmente são as conhecidas por doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, obesidade, hipertensão, doenças cardiovasculares, AVC, câncer de vários tipos. O que todos eles têm em comum? Processos inflamatórios. E isso, dentro do nosso corpo, está relacionado também com uma elevada produção de radicais livres (ou as chamadas espécies reativas de oxigênio).
O processo inicial é complexo. Não sabemos se os radicais livres são os verdadeiros causadores ou se fazem parte da progressão das doenças. Mas sabemos que participam ativamente desse processo. A par dessa informação, o natural seria pensar: “ah, então vamos tomar / comer antioxidantes (confira abaixo) e o problema está resolvido!”. Talvez isso seja verdade, talvez reduza as chances de desenvolver uma dessas doenças, ou reduza a velocidade da progressão. Mas, e sobre a quantidade?
O paradoxo dos antioxidantes diz respeito exatamente às quantidades usadas desses nutrientes, pois a maioria dos estudos em que foram administradas altas doses de antioxidantes em indivíduos com alguma dessas doenças, mostrou pequena ou nenhuma melhora nos quadros. Portanto, sem nenhum efeito terapêutico.
Vamos individualizar os tratamentos e principalmente rever o senso comum de quanto mais, melhor! A nutrição humana nem sempre funciona assim…