Há pouco tempo, Brasília foi alvo de uma tentativa que liberaria a cidade para uma mudança um tanto radical: o projeto pretendia (e ainda pretende) transformar o amplo e irrestrito espaço das áreas próximas às largas pistas arborizadas do Distrito Federal num também amplo e irrestrito espaço para anúncios luminosos.
Afinal, qual o problema de lembrar que o celular ora em uso pelo motorista está ultrapassado e requer um substituto à altura de suas necessidades?
Pois a (quase) vizinha Belo Horizonte acabou de sair de um pesadelo e de entrar em outro, semelhante ao do DF. Explico.
A população da capital de Minas rejeitou maciçamente, num plebiscito fora de hora, mudar a bandeira da cidade. Agora, aparece outro projeto que deseja transformar a Praça Sete – centro histórico da cidade – num arremedo apelidado de Times Square de BH.
A Praça Sete, como é chamada pelos nativos, do ponto de vista histórico já vem sendo destruída há mais tempo, com incêndios (provocados?) em prédios antigos para dar lugar a espigões, e sua arquitetura nada lembra a Pampulha, por exemplo. A atração turística fica com o Pirulito solitário, os dois prédios antigos ainda de pé, e um interessante desafio: atravessar uma praça com praticamente oito esquinas.
Tanta coisa pra mudar, e os caras escolhem logo o caminho mais simples: virar nome de rua na periferia, no futuro, para homenagear os autores do descaminho.
Só que os autores do Times Square BH (?) não propuseram nada plausível, além do pastiche mal enjambrado pra ficar parecendo com Nova York.
E precisa?