As redes sociais têm se consolidado como um espaço de oportunidades para profissionais de diversas áreas, incluindo nutricionistas e clínicas de nutrição, ao promoverem um contato direto e acessível com o público. De acordo com a pesquisa Digital 2023, da We Are Social em parceria com a Hootsuite, existem mais de 5 bilhões de usuários de redes sociais no mundo. No Brasil, 88% da população está conectada a plataformas como Instagram, TikTok e Facebook, representando um grande potencial de mercado para profissionais que desejam oferecer serviços de forma direta.
A partir da segunda metade da década de 2010, as redes sociais começaram a incorporar ferramentas de venda direta e recursos para criadores de conteúdo, que passaram a monetizar seu trabalho, oferecendo serviços e produtos. Para nutricionistas e profissionais de saúde, isso se traduziu em oportunidades de prestar orientação alimentar, oferecer cursos e divulgar informações baseadas na ciência, além de abrir o próprio negócio digital.
Esse fenômeno impulsionou o empreendedorismo entre nutricionistas, criando uma ponte entre os serviços de nutrição e uma demanda cada vez maior por informações sobre alimentação saudável. No entanto, o uso das redes como plataforma de trabalho tem gerado discussões sobre a formalização do trabalho.
Muitos profissionais atuam sem registro formal ou sem cumprir as regulamentações da área, caracterizando uma zona de informalidade que pode trazer tanto benefícios quanto riscos. Por um lado, a flexibilidade do trabalho digital permite que profissionais expandam seu alcance e obtenham uma renda mais rapidamente, o que é especialmente útil em contextos de mercado competitivo.
Por outro lado, a informalidade pode trazer desafios, como a ausência de direitos trabalhistas e instabilidade financeira, além da exposição a riscos legais, uma vez que a prática de prescrição sem regulamentação pode infringir normas do Conselho Federal de Nutrição (CFN) e do Conselho Regional de Nutrição (CRN).
Outro desafio nas redes sociais é o aumento de postagens antiéticas. Muitos nutricionistas, na busca por visibilidade e popularidade (o chamado “status social” ou “stsa” nas redes) podem optar por estratégias de marketing que apelam para simplificações inadequadas, promessas exageradas ou práticas não respaldadas pela ciência.
Esse comportamento é arriscado, pois compromete a confiança do público no profissional e na área de nutrição como um todo, além de violar o Código de Ética do nutricionista, que orienta para a promoção de práticas fundamentadas na ética e na ciência.
Para o nutricionista empreendedor, a construção de uma marca pessoal nas redes sociais pode ser uma grande oportunidade. É possível alcançar públicos que, de outra forma, não buscariam apoio nutricional, assim como democratizar o acesso a informações de qualidade sobre alimentação. Contudo, é crucial que esse trabalho seja feito com responsabilidade, buscando sempre o equilíbrio entre o marketing de impacto e a integridade profissional.
Instagram: @carolromeiro_nutricionista