O general Augusto Heleno, integrante do núcleo duro do governo Bolsonaro, foi ouvido na reunião da CPI do 8 de janeiro desta quarta-feira. Ele foi comandante do GSI na gestão. O ministro Cristiano Zanin, do STF, decidiu que ele pode ficar em silêncio na sessão caso a resposta o incrimine.
Na reunião, Heleno rebateu o ex-ministro do GSI de Lula (PT) Gonçalves Dias e afirmou à CPI do 8 de janeiro que houve transição entre os dois governos. “Tenho plena consciência de que ele recebeu todos os dados para começar seu trabalho nas melhores condições possíveis”, disse Heleno, destacando que Dias participou de três palestras sobre a pasta, uma delas ao lado de Aloizio Mercadante.
Ao comentar sobre a bomba encontrada nas proximidades do Aeroporto de Brasília, afirmou ter sido um episódio isolado, e frisou que não participava das reuniões do alto comando das Forças Armadas, por estar exercendo o cargo de ministro. “Nunca ouvi falar na minuta de GLO, minuta do golpe. O presidente da República disse, várias vezes, que jogaria dentro das quatro linhas, e não era minha missão convencer o presidente a sair das quatro linhas. Pelo contrário.”
Heleno ainda desqualificou a importância de Cid nas rotinas presidenciais. “Eu quero esclarecer que o tenente-coronel Mauro Cid não participava de reuniões. Ele era o ajudante de ordens do presidente. Não existe essa figura do ajudante de ordens sentar em uma reunião com os comandantes da Força e participar da reunião. Isso é fantasia. É fantasia”, disse o ex-ministro do GSI, Augusto Heleno. Porém, no banco de imagens do governo federal tem o registro de uma reunião de Bolsonaro com os chefes das forças e que contou com a presença do próprio Heleno e de Mauro Cid.