Servidor de Carreira do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Gustavo Carvalho Amaral, 33 anos, já foi Secretário Nacional da Diversidade Cultural, subsecretário em duas secretarias do GDF, presidente da Comissão de Ética e Disciplina dos Conselhos Tutelares, administrador de Brasília e chefe de gabinete de dois parlamentares federais.
A convite do diretor-geral Zélio Maia, o “garoto prodígio”, morador do Guará, que também é professor de cursinhos preparatórios para concursos, assumiu, em julho de 2020, o cargo de diretor-geral-adjunto do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF). Determinado, ele segue a cartilha de Maia no sentido de melhorar a imagem da autarquia junto aos usuários. E, usando o que há de mais moderno na tecnologia digital, a meta é a acabar com as filas presenciais nos pontos de atendimento.
Desde sempre, a grande reclamação dos usuários do Detran é em relação à morosidade no atendimento. O que a atual gestão está fazendo para minimizar este problema? – Estamos chegando próximos de acabar com todas as filas do Detran. O que precisa da presença física do usuário terá de ser agendado.
Cite exemplos – É o caso da vistoria veicular. Mesmo esse procedimento já esteja sendo modernizado, nossa meta é melhorá-lo. Nosso objetivo é acabar com o gargalo de 20 mil carros à espera de atendimento.
Como será possível atingir essa meta? – Organizamos a distribuição de recursos para investir no que era mais necessário. Nossa primeira providência foi atualizar a gestão tecnológica do Detran. Lançamos o novo portal Aplicativo Digital e renovamos a frota de veículos, que era de 2013. Por meio de vários cursos, capacitamos os servidores, porque, no nosso entendimento, não adianta implantar procedimentos modernos se a equipe não estiver preparada para executá-los.
Mas, do ponto de vista do usuário, o que melhorou? – Hoje, o usuário do Detran consegue emitir o novo CRVL sem precisar ir a um de nossos pontos de atendimento e estamos próximos de concluir a implantação do novo documento de transferência ATPV (Autorização Eletrônica para Transferência de Propriedade de Veículo), um serviço que era todo braçal e agora é quase totalmente digital. Isto aboliu toda a burocracia, incluindo cartório.
Então podemos concluir que temos um novo Detran em Brasília? – Sem dúvida, será um novo Detran, completamente digital. O Detran-DF está na vanguarda de todos os Detrans do País em modernização. No último encontro dos Detrans do Brasil, nosso diretor Zélio Maia impressionou os colegas ao apresentar o que já conseguimos implantar. Estamos à frente, inclusive em relação a estados como São Paulo e Rio de Janeiro.
Vocês têm respaldo político para implementar tantas mudanças numa autarquia como o Detran? – De fato, encontramos um órgão bastante defasado e desatualizado. Era como se tivéssemos o mais moderno aparelho celular de 1990. Num primeiro momento, nosso objetivo foi fazer a mudança de dentro para fora. Arrumar e preparar a casa para receber o usuário da melhor forma possível.
E isso se deu de forma tranquila? – Tivemos que lidar com algumas resistências internas, por parte de alguns servidores mais antigos que não concordavam com as mudanças. Porém, depois da casa arrumada, os resultados começam a aparece. O principal exemplo é o Aplicativo Digital, em que qualquer pessoa pode consultar tudo sobre seu veículo pelo celular, fazer transferência de pontos – o que demandava fila e tempo de espera –, indicar o condutor infrator que dirigia o veículo no momento da infração.
Como essas mudanças no Detran beneficiarão o cidadão comum? – O Detran é um dos poucos órgãos que mexe com a vida de todas as pessoas, tenham carro ou não. O Detran mexe com o pedestre, com quem tem bicicleta, com o usuário do transporte público. Todos dependem das decisões do Detran. Portanto, melhorar os serviços do Detran significa melhorar a qualidade de vida da população como um todo.