O mundo perdeu, na madrugada de sábado (4), Muhammad Ali, 74, considerado o maior boxeur de todos os tempos. Nascido na cidade de Louisville (EUA), batizado Cassius Marcellus Clay Jr., mudou de identidade ao se converter ao islamismo, trocando Deus por Allah, que significa a mesma coisa, apenas com nomenclatura e ritual diferentes.
Já famoso como atleta e defensor ostensivo de compatriotas descendentes de escravos, como ele, consolidou prestígio internacional ao se recusar a se alistar no exército para lutar no Vietnã, mesmo sob a ameaça de prisão – o que acabou acontecendo -, sendo, porém, absolvido pela Suprema Corte. Interrogado judicialmente sobre a surpreendente decisão, tida como antipatriótica, respondeu: “Para não matar meus semelhantes; além do que os vietnamitas nunca me chamaram de criôlo!”.
Apesar de ser punido com a cassação de seus troféus ganhos como campeão, e proibido de boxear profissionalmente por algum tempo, antes de voltar às sensacionais conquistas nos ringues, Muhammad transferiu suas lutas para as salas de escolas e estádios, denunciando a discriminação sofrida por afro-americanos, entre as quais o impedimento de frequentar restaurantes de Nova Iorque, e serem obrigados a viajar na traseira dos ônibus em Manhatam. Mas sua bandeira era mais ampla: ele defendia a igualdade racial. Simultaneamente, financiava instituições de ajuda aos pobres.
Mesmo quando anunciou, em 1984, que contraíra a incurável doença do Mal de Parkson, Muhammad Ali não interrompeu seus protestos, que resultaram na criação de novas leis que proporcionariam a vitória de Barack Obama, na eleição de 2008, para ocupar a Casa Branca, na condição de primeiro presidente da República negro da História Americana, sendo reeleito em 2012.
Infelizmente, o exemplo desse ídolo internacional não foi extensivo ao Brasil, país que tem mais de 50% de descendentes de africanos, onde ainda permanece forte o sentimento de preconceito racial (**), como se fôsssemos brancos da super-raça ariana, inventada por Hitler, que teve o desprazer de testemunhar a conquista de quatro medalhas de ouro na Olimpíada de Berlim, em 1936, por um negro norte-americano chamado Jesse Owens.
A máfia de branco
Meus livros, meus tesouros
O craque “Imortal” que não pendurou as chuteiras