Segundo o Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa (VOLP), existe o verbo empossar e o substantivo empossamento; existe o verbo enriquecer e o substantivo enriquecimento. Todavia, substantivo empoderamento não existe – apesar de haver o registro do verbo empoderar.
Assim, é possível inferir que empoderamento é fruto de um neologismo – processo por meio do qual, a partir de uma lógica linguística, se cria um vocábulo. Isso é comum em qualquer língua. Empoderamento é um substantivo formado por derivação, com o prefixo -em (que significa mudança de estado ou movimento para dentro), o radical poder e o sufixo -mento (responsável por transformar o verbo em substantivo).
Significa, conforme dicionários virtuais, a ação de conceder poder a si próprio ou a outrem. Empoderamento já está na fala do brasileiro; falta apenas integrar essa palavra formalmente[1] à nossa língua (ou seja, um mero trâmite burocrático para colocar o verbete no VOLP). Só que podemos ir além. Como a vida nos ensina, ações envolvem quem as pratica e quem se beneficia delas. Isso é facilmente percebido nas seguintes construções:
- O presidente empossou o novo ministro. (O empossamento do ministro)
- O funcionário enriqueceu o patrão. (O enriquecimento do patrão)
[1] Apesar de não estar no VOLP, tanto empoderamento quanto empoderar estão registrados no Aurélio. A obra inclusive faz remissão aos termos estrangeiros – empowerment e (to) empower – e ao uso, por Paulo Freire, do substantivo.