Tirar de Millôr Fernandes, o nosso filósofo do Méier, uma ironia, um chiste, uma frase que se possa aproveitar numa notinha é algo que facilita a vida de qualquer um. Neste caso, por causa da inédita posição de primeiro lugar do Fortaleza na Série A.
A coisa se deu assim: Vojvoda conseguiu montar um time com o que tinha no Pici e vários excluídos da própria terrinha – caso do João Ricardo, que veio do Ceará –, passando por reservas do Santos, Vasco, River Plate, América, Criciúma, Sport Recife e até dos poderosos Pameiras e Flamengo.
Pouca coisa? Não. Só que os torcedores do Láion (com acento, por favor!) temem sua saída, mesmo sabendo o hermano que os times do Sul Maravilha trocam de técnico a cada espirro que as torcidas organizadas provocam em uníssono.
Voltando: a frase que tirei da extensa obra de Millôr para falar do drama vivido pelo señor Juan-Pablo é cruel, em certo sentido – mas o mundo gira e a grana roda: “O dinheiro pode não trazer a felicidade, mas paga tudo o que esta gasta”.
Perfeita para entender a novela vivida pelo señor Juan-Pablo Vojvoda, ao enfrentar o risco de trocar as velas do Mucuripe pelos grandes disfarces do Sul Maravilha.Em tempo. Em notinha sobre polêmicas, m’esqueci de uma polêmica dentro de outra: o 31 de março de 1964 é comemorado, por uns, como Revolução. Por outros, a data é conhecida como um grande 1° de abril.