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O desafio de Padilha à frente do Ministério da Saúde

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha só assume oficialmente o cargo em março, mas tem um desafio para resolver desde já: retomar a confiança de deputados e senadores, que não escondiam a insatisfação com a demora na liberação de recursos via Fundo Nacional da Saúde (FNS) na gestão Nísia Trindade, a primeira mulher a assumir a pasta.

A falta de traquejo político e os resultados aquém do esperado pesaram na decisão do presidente Lula de demitir Nísia, na terça (25). Ela estava à frente do terceiro maior orçamento da Esplanada desde janeiro de 2023.

Pouco antes da formalização da troca no ministério, a agora ex-ministra anunciou, em cerimônia no Palácio do Planalto, uma vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue. Já em clima de despedida, Nísia fez um discurso longo em que avaliou que o governo Lula tem cumprido o compromisso de reestruturar o SUS e de cuidar da saúde da população “com resultados concretos”. Citou como feitos, por exemplo, a gratuidade de 100% dos medicamentos do programa Farmácia Popular e o aumento da cobertura vacinal no país após mais de seis anos de quedas consecutivas.

Perfil

Alexandre Padilha é médico infectologista formado pela Universidade de São Paulo (USP), com doutorado em Saúde Pública pela Universidade de Campinas (Unicamp). Também atua como professor universitário.

Deputado federal reeleito pelo PT de São Paulo, está licenciado do cargo para compor a equipe ministerial do presidente Lula. Também foi ministro nos governos Lula (2009-2010) e Dilma Rousseff (2011-2014), tendo chefiado as Relações Institucionais e a Saúde, respectivamente.

Nas redes sociais, Padilha afirmou ter “admiração e carinho” por Nísia Trindade, a quem chamou de “amiga”. “Símbolo de compromisso e seriedade à frente da Fiocruz e do Ministério da Saúde, Nísia deixa um legado de reconstrução do SUS, após anos de gestões negacionistas, que nos custaram centenas de milhares de vidas”, escreveu.

O novo ministro mencionou também o desafio da “nova missão”. “Fortalecer o SUS continuará sendo a nossa grande causa, com atenção especial para a redução do tempo de espera de quem busca cuidado na rede de saúde. Esse é o comando que recebi do presidente Lula e ao qual vou me dedicar integralmente”, completou.