“Que isso sirva de exemplo para os governos do Brasil!”, diria, com exclamação e tudo, um antigo defensor da ciência e da pesquisa. Mesmo assim, embora o exagero da retórica, concordo.
Reitores e pró-reitores de universidades federais, representantes de institutos de pesquisa e entidades científicas, condenaram, unanimemente, o decreto do governador Romeu Zena que transforma a Fapemig (Fundação de Amparo à pesquisa de Minas Gerais) numa instituição do governo – e não do Estado.
A história começou com a demissão de Paulo Sérgio Beirão da presidência da Fapemig. Beirão – um dos cientistas mais respeitados do País – se opôs ao decreto assinado pelo governador, e foisumariamente demitido (junto com vários outros pesquisadores) pelo Conselho Administrativo da instituição.
Conselho que, pelo visto, gostou da novidade.
Em resumo, o que o decreto pretende é transformar ciência e pesquisa em dogma e ignorância.
Mas há quem goste da abertura de um novo (sem trocadilho com o partido) caminho, a ser trilhado em todo o País, para a volta da civilização à pedra lascada.
Para esse pessoal, como disse Raulzito, independência intelectual é como uma mosca que caiu em sua sopa.