Pela ação mortal desse tumor maligno, rotulado como câncer, perdemos, em pouco tempo, grandes amigos aqui de casa (sem contar os que a gente conhece e que são publicados quase diariamente no Obituário dos jornais. Nesse rol específico, inclui-se o conhecido cientista político João Paulo Peixoto, professor da UnB, marido de Dóris Marise Peixoto, irmã espiritual de minha mulher Lêda Maria. Portanto, ela cunhada e ele meu concunhado, que só descobriu a presença do tumor dois anos antes do óbito – aliás, o que sempre acontece com frequência indesejável (*).
Nessa relação dos que partiram para o Oriente Eterno, atacados traiçoeiramente pela maldita doença, acrescento o nome de nossa eterna amiga Lúcia Garófalo, cuja linda voz toda a cidade conhecia através da locução da Brasília Super Rádio FM, principalmente na apresentação do programa diário \”Um Piano ao Cair da Tarde\”, transmissão que emocionava a todos os ouvintes, inclusive um certo chorão meu conhecido (eu). E relembro, com saudade, de quantas vezes levei artistas para que ela entrevistasse, incluindo nossa amiga comum, a cantora carioca Waleska, que também embarcou na viagem sem volta levada pelo câncer maldito!
Mais recentemente, estou aguardando que o SUS marque e confirme uma cirurgia autorizada por Lei de um grande amigo, sem recursos (ele não tem plano de saúde e só descobriu que tinha o tumor no pulmão há pouco tempo). Não cito o seu nome porque, por experiência própria, sei que os contaminados pela doença sentem vergonha de informar que são cancerosos, muito embora o mal não seja contagioso. Em setembro do ano passado, minha médica, Dra. Ana Maria, localizou o tumor no meu intestino. E eu sentia pudor em revelar aos meus amigos.
Mas graças à habilidade das abençoadas mãos de seu marido, o cirurgião oncologista Dr. Eduardo Vaz, ele salvou a minha vida, extirpando o tumor sem o risco de metástase, ou seja, sem que o câncer se espalhasse além do local onde começou.
(*) A todos os que lêem este texto, fica um alerta: por amor a si mesmos, não deixem de fazer o exame preventivo anual, quando o câncer poderá ser localizado no início, sendo mais fácil de extirpá-lo, prevenindo a possibilidade de metástase.