Caroline Romeiro (*)
Nos últimos anos, o mercado de produtos proteicos cresceu de forma expressiva, impulsionado por uma tendência global de busca por saúde, performance física e estética. No entanto, esse crescimento vem acompanhado de um alerta: muitos desses produtos são ultraprocessados, com alto custo e nem sempre oferecem vantagens nutricionais em relação aos alimentos naturais. Ou seja, o consumo exagerado, sem critério, pode afastar o indivíduo de uma alimentação equilibrada, ao invés de aproximá-lo de uma vida mais saudável.
A ingestão de proteínas é essencial para a manutenção da massa muscular, funcionamento do sistema imunológico e diversos processos metabólicos. Mas a quantidade ideal varia de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como idade, peso, nível de atividade física e condições clínicas.
Para a maioria dos adultos saudáveis, recomenda-se de 0,8 a 1,0 grama de proteína por quilo de peso corporal por dia. Atletas e pessoas mais ativas podem precisar de 1,2 a 2 gramas, enquanto indivíduos com doenças renais, por exemplo, devem consumir menos.
A orientação profissional é indispensável para evitar exageros. O consumo excessivo de proteínas pode trazer riscos, especialmente para quem tem predisposição a problemas renais. Além disso, a ingestão elevada pode provocar desidratação, distúrbios intestinais e desbalancear a alimentação, quando há redução no consumo de frutas, vegetais e cereais integrais.
A ideia de que “quanto mais proteína, melhor” precisa ser revista. Nutrição é, sobretudo, equilíbrio. É fato que o mercado tem aproveitado o apelo do “momento fitness” para faturar, lançando produtos com rótulos chamativos como “alto teor de proteína”, mesmo quando apresentam ingredientes ultraprocessados e baixo valor nutricional.
Por isso, o consumidor deve estar atento: priorizar alimentos in natura ou minimamente processados, ler os rótulos com atenção e, sempre que possível, contar com a orientação de um nutricionista. Informação é o melhor caminho para escolhas conscientes e saudáveis.
(*) Mestre em Nutrição Humana e doutoranda em Ciências da Saúde
Instagram: @carolromeiro_nutricionista