Sabe do jogo entre amigos (mas nem tanto) chamado de pelada, também conhecido como racha, algo meio confuso, sem árbitro, uma disputa na qual todo mundo dá palpite?
Só que tem uma regra: o dono da bola é a maior autoridade em campo: ele escolhe os melhores para seu time, deixando os mais ou menos para o outro time. Talvez o termo ‘dono da bola’ venha desse privilégio na várzea.
O tempo passa, o tempo voa, e eis que o Real Madrid volta para reivindicar o título de proprietário da chamada gorduchinha, pelota, redonda, balão, couro (um perigo quando ameaça na zona do agrião).
E que acontece, então, no momento?
O Madrid, mesmo sendo escolhido pelo France Footbol como o grande clube da galáxia e o melhor time do universo, boicotou a solenidade de entrega porque Vinícius Jr. não foi escolhido como o melhor jogador de futebol da galáxia, do universo e do que mais houver por aí.
Com isso, o clube – cujo presidente tem uma fortuna equivalente de 15% (ou mais) do orçamento do Madrid e outros penduricalhos – resolveu enfrentar sem fairplay uma premiação com quase 70 anos de existência (Florentino tem 74).
E levou o Vinicius Jr. junto na empreitada. Não se trata de discutir se o prêmio (dado a Rodri, do Manchester City) fez ou não justiça. Trata-se de saber até que ponto quem se acha o dono da bola pode desmerecer a taça, depois de participar por mais de 60 anos da festa do galardão (!).
Será ressaca da goleada que levou do Barcelona, jogando em casa, no último fim de semana?