Operações da Polícia Militar no combater aos assaltos no transporte público. Foto: Andre Borges/Agência Brasília
Os roubos em coletivos no Distrito Federal caíram 26,8% em novembro deste ano se comparado ao mesmo período de 2016. A queda do número de ocorrências desse tipo de crime vem se verificando desde o meio do ano. A maior delas foi em outubro. Foram 49,6% registros a menos que no mesmo período de 2016 — de 369 casos para 186. Antes disso, as baixas haviam sido de 5%, em setembro; 12,3, em agosto; 26,1%, em julho; e 13%, em junho.
Esses dados positivos são resultado de trabalho integrado das forças de segurança e das Secretarias de Mobilidade e da Segurança Pública e da Paz Social. As ações em conjunto dos órgãos de governo para coibir os crimes no Distrito Federal são o princípio do Viva Brasília — Nosso Pacto Pela Vida. Para conter os aumentos que estavam frequentes antes desse período, enquanto outros índices diminuíam, os órgãos se reuniram e traçaram estratégias que deveriam ser adotadas por cada um deles.
A Secretaria de Mobilidade, por exemplo, intensificou a fiscalização para verificar os itens de monitoramento das empresas de ônibus. A ideia é facilitar o trabalho de investigação da Polícia Civil, que, por sua vez, estabeleceu protocolos para o registro de ocorrências nas delegacias. “Nos reunimos com as empresas, pedimos para que o registro fosse feito sempre na delegacia no destino ou na origem das linhas. Isso facilita o trabalho de investigação, a identificação dos criminosos e a condenação mais contundente dessas pessoas”, detalha o subsecretário de Fiscalização, Auditoria e Controle, da Secretaria de Mobilidade, Felipe Leonardo Santos Martins.
Outro fator que Martins define como determinante para a queda mais expressiva do crime é a maior utilização do Bilhete Único pelos passageiros do transporte público. Há 1,4 milhão de cartões cadastrados no sistema. “Com a retirada de dinheiro de circulação, a gente acredita que esse tipo de ação criminosa é inibido”, defende o subsecretário.
Ações integradas
As operações da Polícia Militar e as investigações Polícia Civil também estão integradas para combater os assaltos no transporte público do DF. Em Ceilândia, onde as quedas são mais expressivas, a 15ª Delegacia de Polícia conseguiu aumentar a quantidade de flagrantes. “A vítima comunica que o crime ocorreu e nós vamos ao local e já conseguimos efetuar a prisão”, explica a delegada-chefe adjunta da unidade, Adriana Romana. Nesses casos, ela explica que a investigação do caso ocorre mesmo depois que os suspeitos são presos. “Quanto mais vítimas conseguimos encontrar, mais tempo eles pegam de pena.”
De acordo com Adriana, a cooperação dos motoristas e cobradores dos coletivos tem sido fundamental para as investigações e desmonte das quadrilhas especializadas nesse tipo de crime. “O reconhecimento dos autores é muito importante. Pegamos gente que tinha aquilo dali como meio de vida, que roubavam todo dia.”
Anjo da guarda
A Polícia Militar já havia desencadeado a Operação Anjo da Guarda, mas, no segundo semestre, determinou que Batalhão de Motopatrulhamento Tático, criado em julho, ficasse responsável pela ação. Segundo o subcomandante em exercício do batalhão, tenente Eder, o primeiro passo foi diagnosticar as regiões com maior índice criminal, além dos locais, horários e dias da semana em que os crimes são mais frequentes.
De acordo com o resultado do levantamento, a operação foi deflagrada, a princípio, em Ceilândia, Taguatinga, Samambaia e Recanto das Emas, onde os policiais ficaram de setembro a outubro. As ações continuam de acordo com as manchas criminais detectadas. Parte da estratégia consiste em colocar efetivo no interior dos coletivos e no entorno de paradas de ônibus. “Nosso grande diferencial é a mobilidade que a motocicleta traz para o policiamento. Podemos subir em canteiros, escadarias e passar por becos. Lugares que uma viatura não conseguiria”, explica o tenente. “A motocicleta possibilita que a gente, por exemplo, acompanhe o assaltante que fugir a pé.”