Mudanças no código penal, reforma no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e mais atenção do governo para as áreas de segurança, educação e saúde. Cerca de 800 pessoas tomaram ontem pela manhã as ruas de Águas Claras para chamar a atenção das autoridades. Sensibilizados com a morte do administrador de empresas Leonardo Almeida Monteiro, de 29 anos, na última terça-feira (leia Memória), os manifestantes cobraram ainda o fim da operação tartaruga, deflagrada por policiais militares no início do ano.
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O protesto começou na Estação Concessionárias do metrô de Águas Claras. Por volta das 9h, centenas de pessoas preparavam faixas e cartazes com frases e dizeres que pediam justiça e mudanças na legislação. A mãe de Leonardo, Ana Cleide Almeida, 55 anos, liderou a marcha. Estava ao lado de familiares e amigos, todos vestidos com camisetas brancas estampadas com o rosto da vítima, descrita como sorridente, amorosa e cheia de sonhos. “Não quero que outros jovens terminem assim, como o meu filho. Ele tinha sede de viver, alegrava-se com o trabalho e os amigos”, afirmou.
Famílias, crianças e idosos participaram da manifestação, que seguiu até a frente do prédio onde Leonardo morava e foi morto, com um tiro no pescoço, ao chegar da academia. Parados no local do latrocínio (roubo com morte), amigos, a namorada, Rose, a mãe e tios rezaram, cantaram e pediram justiça. “Não só pelo Leonardo, não apenas pela dor da mãe dele, mas pelas mães das mais de 70 vidas perdidas”, disse uma manifestante. Em janeiro, a Secretaria de Segurança Pública contabilizou pelo menos 75 mortes violentas na capital federal.