Na nutrição, trabalhamos com guias alimentares cuja função é orientar a população na escolha saudável dos alimentos, respeitando os hábitos culturais de cada população. Nosso guia alimentar para a população brasileira, por exemplo, é baseado em um modelo de pirâmide. A base da pirâmide representa a maior da dieta do brasileiro, com cereais e derivados, tubérculos e raízes. Em um nível um pouco acima, ainda na base, temos frutas e hortaliças.
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No nível superior, temos a recomendação de leguminosas, incluindo o feijão nosso de cada dia, além de leite e derivados, carnes e ovos, alimentos que representam as fontes proteicas da dieta do brasileiro. No topo, temos óleos e gorduras e açúcares e doces, que devem ter um consumo bem restrito.
Essa semana, o departamento de Nutrição da Universidade de Harvard, muito renomado, e que há alguns anos havia feito uma sugestão de pirâmide alimentar, baseada na dieta dos povos mediterrâneos, considerando ser o padrão alimentar mais saudável no mundo atual, publicou um novo modelo de guia, segundo seus pesquisadores, baseado em evidências científicas bem atuais e sem interesse da indústria ou pressão política.
Essa nova proposta traz o guia na forma de um prato, como já é o guia americano mais recente “My Plate”, e mostra como deveria ser composto um prato saudável. Eles se referem ao guia como mais intuitivo do que o modelo piramidal, já que as proporções dos alimentos a ingerir são mais explícitas.
A proposta é encher metade do prato com frutas e legumes, um dos quartos restantes é para cereais (que eu sugiro que seja na forma integral) e o outro é reservado a proteínas (recomendando peixe, aves, feijão e nozes), mas inclui ainda óleos vegetais, preferencialmente o azeite de oliva, e faz referência à ingestão hídrica.
Muitas críticas surgiram em relação a esse modelo, principalmente por parecer, numa olhada rápida, que exclui o grupo de leite e derivados da dieta, o que não é verdadeiro, já que na íntegra do documento a recomendação é de 1 a 2 porções de leite e/ou seus derivados ao dia, o que é apenas, menor do que a recomendação atual no Brasil.