Ainda bem que a cosmopolita Curitiba atropelou o plano de Belo Horizonte se transformar na primeira Times Square brasileira, contam-me aliviados moradores das Alterosas. Pois a capital de Minas tinha esse desejo, acalentado pela vontade de empresas locais, nacionais e internacionais (principalmente) de arranjar um cantinho pra chamar de seu no centro das cidades brasileiras.
A ideia central é encher os prédios do coração da cidade com grandes telões, letreiros luminosos, desses que ofuscam a visão – e ofertar essa paisagem para que apalermados transeuntes se sintam como se morassem numa grande e importante cidade americana.
Para Brasília, essas buscas para qualificar Curitiba e BH como metrópoles do primeiro mundo, servem para alguma coisa: barrar qualquer tipo de avanço contra o que é característico do DF. Servem ainda de exemplo para a insensatez de se autorizar essa parafernália em lugares que hoje – pelo menos hoje, não se sabe amanhã – são ocupados apenas com prédios, vias de acesso, grama e seus habitantes.
Que a Times Square fique em seu lugar, bonitinha que nem ela só, mas por favor deixem as cidades pelo menos com sua cara de província – se for o caso – ou de espaços urbanos que evoluíram com o tempo. Assim, na base do decreto, fica esquisito.
A isso não se chama saudosismo, mas respeito aos que trabalharam e trabalham para deixar cada cidade com sua História. E com a cara que têm hoje.