Sem mencionar diretamente o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), mandou uma indireta ao líder do PL, Sóstenes Cavalcante. “Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho. Democracia é discutir com o Colégio de Líderes as pautas que devem avançar”, afirmou Motta nas redes sociais, nesta terça-feira (15).
A postagem ocorre um dia após o partido de Jair Bolsonaro protocolar na Casa um requerimento de urgência, o que significa a possibilidade de dispensa de análise em comissões e votação direta no plenário. Ao todo, 262 deputados federais assinaram o pedido para acelerar a tramitação da matéria.
“Anistia é uma questão humanitária, não de politicagem. Estamos buscando fazer justiça a pessoas que foram condenadas a penas maiores que a de traficantes. Isso é injusto e nós do Parlamento temos que corrigir isso”, defendeu Cavalcante na tribuna.
DIVERGÊNCIA — O tema, porém, está longe de um acordo. A ministra Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política do governo Lula, chamou de “profunda contradição” o fato de congressistas de partidos que integram a Esplanada terem assinado o requerimento de urgência ao PL da Anistia.
Levantamento divulgado pela Folha de S. Paulo mostrou que 40 signatários são do União Brasil, sigla que comanda os ministérios do Turismo e das Comunicações, 35 do PP, legenda do ministro do Esporte, André Fufuca, e outros 28 do Republicanos, responsável pela indicação de Silvio Costa Filho à pasta de Portos e Aeroportos. Na lista também aparecem PSD e MDB.