Diva Araújo
A Neoenergia Brasília demitiu, nesta segunda-feira (11), 45 servidores concursados da antiga Companhia Energética de Brasília (CEB). O desligamento pegou de surpresa os funcionários e representantes do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (STIU-DF). Os funcionários eram egressos da antiga CEB Distribuição, e ao chegarem ao trabalho receberam a carta de demissão (veja fac-símile).
A CEB Distribuição foi privatizada em 2021 e comprada pela Neoenergia. Desde então, a natureza jurídica do vínculo empregatício mudou. No entanto segundo o diretor de Assuntos Jurídicos e Trabalhistas do STIU-DF, João Carlos Dias, as demissões foram uma surpresa, porque não houve uma conversa entre o sindicato e a empresa. Segundo ele, os sinais que a empresa dava é de que não haveria demissão em massa.
“Não se descarta outras demissões. Como a gente não teve nenhum esclarecimento da empresa em relação a essas demissões, o que se presume é que elas foram feitas por mera questão econômico-financeira, o que não seria justificável porque a empresa teve 100 milhões de lucro em 2021”, argumenta Dias. “Ao que nos consta, o grupo está muito bem. Então, não há justificativa”, completa.
STIU tenta reunião com o GDF
O Sindicato tenta marcar uma reunião com o governo do DF e a Neoenergia para buscar um acordo de revogação das demissões, uma vez que tramita na CLDF, desde 2021, um Projeto de Lei que prevê o aproveitamento desses empregados. O PL já passou pela Procuradoria e voltou para a Secretaria de Economia, mas não teve uma definição.
“O STIU-DF solicita que enquanto o GDF finaliza esse processo as demissões sejam suspensas. Com esse projeto o governo aproveitaria mão de obra especializada, não haveria demissão e sim uma transferência de empregados. Seria também uma diminuição de custo e seria ótimo para o governo, que aproveitaria esse pessoal que já tem experiência profissional nas diversas áreas no GDF”.
Alinhamento profissional
A Neoernergia informa que se trata de um movimento dentro das perspectivas operacionais da empresa, que busca profissionais com competências alinhadas ao perfil da Companhia. Garante que não é um desligamento em massa ou de redução do quadro total de funcionários.
A empresa garante que até o fim deste ano vai ofertar mais de 300 novas vagas, reforçando seu compromisso na geração de novos empregos. Esses desligamentos, segundo a Neoenergia, representam 1,8% da sua força de trabalho e não afetarão as operações da distribuidora. E ressaltou que não haverá outros desligamentos similares.
Os funcionários demitidos e representantes do STIU-DF se concentraram em frente ao Palácio do Buriti, aguardando reunião com o GDF e a Neoernegia. Nova manifestação está marcada para terça-feira (12), às 14h, em frente à Câmara Legislativa.