Narciso vai achar bonito o que não é espelho

Walberto Maciel

Narciso não poderá “achar feio o que não é espelho”. Afinal, o que ele vai ver é a sua própria história contada em desenhos e alguns textos. No livro-caixa “O mito de Narciso”, com previsão de lançamento em setembro ou outubro deste ano, o artista plástico, designer gráfico, ilustrador e consultor em comunicação visual Paulo Andrade conta a história de vida do personagem da mitologia grega em 38 lâminas, com 14 desenhos.

O autor começou a preparar o livro em um período conturbado da sua vida, quando ela estava se confundindo com a história de Narciso. “Naquele momento, depois de perder minha mulher para o câncer, essa pessoa demonstrava fortes traços de narcisismo. Era muito linda, extrovertida e alegre, mas tinha um “quê” de Narciso que me incomodava tanto que desenvolvi uma úlcera intestinal de cunho psicológico. Foi aí que comecei a pensar nesta história”, diz Paulo Andrade.

Mas o autor destaca que sempre acreditou no amor e na necessidade do homem de não viver solitário. Assim, para escrever o livro-caixa, contou com o apoio de duas grandes amigas: Madalena Rodrigues, escritora que fez a apresentação do livro, e Cosette Castro, psicanalista e jornalista que contribuiu para ele entender a cabeça de Narciso.

Paulo Andrade acredita que todos temos um pouco de Narciso. E isso não é ruim, não é uma doença. Passa a ser quando se torna um sentimento exacerbado, exagerado, fora do controle. No livro, ele conta a história do Mito de Narciso, que não se conhecia, não sabia como era sua imagem e, mesmo assim, esnobava todas as demais divindades que se aproximavam dele, por se achar superior a todos.

O restante da história você vai conhecer quando a obra for lançada numa caixinha azul real, um material de excepcional qualidade sobre O mito de Narciso.

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